quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

MULHER


A mulher não é um ser, é um estado de espírito. Não é um ser material mas um sentimento envolta em pele. Quando o meu dia está bem e feliz é a mulher e quando estou mal e o dia negro é a mulher.

Quando ela chega em casa e entrelaça seus beijos nos meus e os seus olhos se misturam aos meus, o paraíso verdejante repleto de anjos tocando lira se instala dentro de mim. Olho-a demoradamente como se estivesse lendo o final de uma história de amor num livro.

Dizem que o amor é cego e faço questão de cegar-me sim diante do amor. É quando o tato das minhas mãos vão lendo em braile as linhas do seu corpo ainda vestido. Aquela segunda pele a proteger-lhe o corpo. Cada dia vou descobrindo uma nova nuance, uma nova saliência, uma sutil entradinha próxima a axila, o corredor da coluna, se profundo ou raso.

Volto aos olhos e vejo aquele olhar de bandeira encravada no topo de uma montanha inexplorada. Gosto do olhar da mulher pois é um olhar de decisão. É um olhar de propriedade. A mulher olha para o seu amor com um olhar de escritura e de chave. Sabe ser dona do seu amado.

A mulher com seu olhar sabe pedir o que quer. Quando deseja ser amada sabe apontar o caminho da cama.

E quando dorme a mulher é outro espetáculo. Aquele ressonar baixo e a capacidade de dormir com a cabeça para o lado como se, mesmo dormindo, estivesse preocupada em saber se tudo está em seu devido lugar.

E não há coisa melhor neste mundo do que dormir com o braço debaixo da cabeça da mulher e com os dedos entrelaçados como dois namorados em uma praça. Mesmo dormindo a mulher aperta os dedos e puxa o seu amor para perto sem saber, eu juro.

Mistérios dessa mulher que acredito ser um estado de espírito, uma centelha de Deus alastrada no mundo através das mulheres.


Livingston Streck

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

AMOR E MORTE

É recorrente na mídia, noticia de alguém inconformado com o fim do relacionamento querendo matar o seu objeto de amor. Ontem, mais um caso ocupava as fontes de informação sobre um homem que fez sua mulher de refém em Araçatuba pois não aceitava o fim da união. Um trecho da noticia dizia o seguinte:

“Portando uma arma de fogo e duas garrafas pet com gasolina, Oliveira, que estaria inconformado com o fim da união do casal, ameaçou colocar fogo no local e matar Márcia.” Yahoo noticias, 02/12/10.


Lendo esta noticia refleti o quão decadente anda as agruras do amor e do abandono em nossos dias. Como tem faltado poesia e glamour na tragédia. Sendo assim, tive que me socorrer de Tristão e Isolda para poetizar a tragédia.

Foi então que busquei as últimas palavras de Tristão e Isolda em seu trágico desfecho. Diz Isolda:

“ A morte não é nada para mim; pois se Deus o quer, aceito-a; mas, amigo, quando o souberdes, morrereis também! Nosso amor é de tal modo, que não podereis morrer sem mim, nem eu sem vós. Vejo vossa morte diante de mim, ao mesmo tempo a minha. Ah, amigo, falhou o meu desejo: era ele de morrer em vossos braços, de ser sepultada em vosso esquife; mas assim não quis Deus. Vou morrer só, e sem vós desaparecer no mar. Talvez nem saibais de minha morte, esperando que eu chegue. Se Deus quiser, ficarei curado. Talvez, após mim, iríeis amar outra mulher, amareis Isolda das Mãos Alvas! Não sei o que será de vós, amigo, ou que vos cure, ou ambos morramos, da mesma agonia! “

Ao que respondeu Tristão:

“ - Não posso mais reter a minha vida. Disse três vezes: “ Isolda, minha amiga.” Na quarta vez entregou a alma a Deus. “

E por fim Isolda:

“ Voltou-se para o Oriente e orou a Deus. Depois, descobriu um pouco o corpo, estendeu-se junto dele. Beijou-lhe a boca e a face, e abraçou-o, apertado: corpo contra o corpo, boca contra boca, e morreu com ele, pela morte de seu amigo.” Tristão e Isolda, págs 131, 132 e 133.

O amor deve ter essa beleza, esse pacto. A sua impossibilidade deve ser dividida com a mesma dor. Quão arcaico e primitivo é a obsessão de um ser ao outro. Não suportar o fim do amor ou o seu abandono.

Se alguém deseja matar o outro por que não suporta ser abandonado é por que amor nunca houve. Se houve amor e acabou, a pessoa abandonada não vê razão de continuar a viver e suicida-se com glamour e poesia.

É isso que fez Werther na impossibilidade de amar sua prima Lotte. É de Werther algumas frases esparsas construídas genialmente por Goeth no clássico homônimo.

Diz ele:

“"É como se um véu tivesse rasgado diante de minha alma e o espetáculo da vida infinita se transformasse em um túmulo dentro de mim".

"Só vejo um final para esta miséria: o túmulo"

"Oh! Cem vezes já peguei do punhal para livrar meu coração do peso que esmaga"


E diante da impossibilidade de amar, Werther dá fim a sua vida.

Mata-se por que se coisifica pessoas. Mata-se por que pessoas se tornam propriedades do egoísmo do outro. Mata-se por que se trancafia e se asfixia o amor que é tão livre como o vento.

Livingston Streck

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SOLSTÍCIO

Pousei no teu olhar
Este silêncio meu
De palavras caladas
Um revoar
De sonhos
Que se projeta
Em mil espelhos
Que se imiscui
A tantas faces
Que no improvável
Surge teu sorriso
Cândido
E estilhaça
A solidão do peito
Que faz
O coração
Ser um só.


Se Jorge Luiz Borges
Não tivesse
Me roubado
“ As causas “
Eu diria
Que antes
Da aparição
Da tua face
Era preciso
Que o mar vermelho
Se rasgasse ao meio
E Penélope
Aguardasse pacientemente
Ulisses
No fiar
E desfiar
Do seu tapete.


Se pra cada
Estrela
Que se extingue
Um sorriso
Brota da tua face
Prefiro um céu
Sem estrelas
E ter você
Me embrenhando
As entranhas
Iluminando
As esquinas
Da minha alma
Em sombras.

Livingston Streck

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O Orangotango, o violino e o clitóris

Nestes tempos de libertação feminina, independência financeira do homem e anti-concepção, sou instado a fazer a seguinte pergunta: a mulher se libertou da falta de orgasmo?

Lendo o artigo " Por que preferimos homens maduros? " escrito por Tati Bernardis na Revista Alfa n. 2 à pg. 61, senti-me até lisonjeado por ter ela colocado os homens acima dos 40 anos no rol dos que sabem prover a mulher dos deleites fisiológicos oriundos da boa e competente manipulção dele, o clitóris.

Diz ela no texto que os homens maduros sabem o que fazer com suas línguas e dedos. Eu acrescentaria também, mais do que línguas e dedos, que, um grande componente facilitador do orgasmo é algo impalpável qual seja, as palavras. Um homem que sabe conduzir as palavras de maneira certa nos ouvidos de uma mulher já tem meio caminho andado. Talvez esta etapa preliminar seja até mais importante que as demais preliminares.

Conhece o homem verdadeiramente o corpo de uma mulher? Ao formular esta pergunta, lembrei-me de Honoré de Balzac, importante escritor francês do século XIX que escreveu no seu livro " A comédia humana ", no capítolo " A fisiologia do casamento ", onde descreve uma interessante fábula chamada o orangotango e o violino.

Escreve ele que um dia um orangotango encontrou um belo violino jogado no meio do mato. O orangotango pegou o violino, olhou, olhou, virou de cabeça para baixo, olhou dentro das frestas do instrumento, puxou as cordas, fez ruídos e impacientou-se com o violino. Desapontado por não saber o que fazer com aquele instrumento, jogou o violino no chão e começou a pisá-lo até destruí-lo completamente.

Posso ser bastante óbvio na minha constatação e analogia mas penso que há muitos homens por ai tratando a delicada parte do genital feminino como o orangotango tratou o delicado violino.

Alguns anos atrás, conversava com um colega de trabalho, bem mais velho do que eu, casado e pai de dois filhos. Lembro de ter levantado o assunto sobre o clitóris de forma séria, didática e respeitosa com ele, quando derepente meio confuso ele me olha e diz: o que é isso que voce disse ai? Não sei se coincidência ou não mas soube que ele se separou depois.

Queremos conquistar as mulheres, ter o seu amor, o seu coração mas, segundo a colunista Tati Bernardis tudo que um homem deve saber é como lidar com um clitóris. Exagero dela?

Não temos uma escola para clitóris. A grande escola é a intuição e a vida que vai nos aprimorando depois de erros e acertos. Tal como o orangotango é possivel que homens estejam pisoteando seus violinos, causando insatisfações e desapontamentos com suas mulheres.

Espero que Tati Bernardis esteja certa quanto à maestria dos homens maduros. Isto por que acho desumano a mulher conquistar o mundo e não conquistar o seu prazer através de um simples e relaxante orgasmo.

Livingston Streck

sábado, 23 de outubro de 2010

O porco espinho, Sartre e o inferno




Levei anos para entender a frase “ O inferno são os outros “ do filósofo Jean Paul Sartre até ler o artigo homônimo da professora de Filosofia e Mitologia grega Luciene Felix na revista Visão Jurídica n.º 41.

Pensamos exatamente no inferno quando nossas relações corroem, se deturpam ou se extinguem. Achamos entretanto que o inferno é o outro, aquele que rompemos, que mandamos embora de nossa vida, mas não, ele não é especificamente o inferno.

O inferno é o olho do outro, é o desmascarar de nossas verdades ocultas que não escapolem o olhar do outro e nos revela o íntimo, o âmago. No texto da professora Luciene Felix ela escreve que: “ Sem que possam sequer expiar suas faltas, descobrem o horror da nudez psíquica que os outros lhe evidenciam. Está revelado o verdadeiro inferno: a consciência não pode furtar-se a enfrentar outra consciência que a denuncia, por isso: o inferno são os outros.”

Vivemos numa constante nudez psicológica ao nos relacionarmos no dia a dia com amigos, amores, família, etc. Nos auto-sabotamos, mentimos ou tergiversamos para ocultar nossas deficiências mas não por muito tempo. A intimidade e a rotina vai desgastando nossas máscaras até chegarmos a nudez total. E quando o outro nos aponta a flecha em direção a verdade inerente, o ódio e o ressentimento recendem e o outro passa a ser o nosso inferno.

Diz ainda a Professora Luciene no texto que: “ Os outros são todos aqueles que, voluntária ou involuntariamente, revelam de nós mesmos. Algumas vezes, mesmo sufocados pela indesejada presença do outro, tememos magoar, romper, ferir e, a contragosto, os suportamos. Uma vez que a incapacidade de compreender e aceitar as fraquezas humanas torna a convivência realmente um inferno, o angustiante existencialismo ateu sartriano não nos deixa saída. Sem o mínimo de boa-vontade, não há paraíso possível.” ( grifo meu )

O texto da Professora Luciene se propõe a elucidar a idéia Sartreana de que o homem produz a sua própria essência, “ a existência precede a essência “, e na construção da própria essência, o homem age de má-fé e covardia quando transfere para outrem a infelicidade e o próprio fracasso.

Mediante tal constatação apontada pelo texto, da proposição de Sartre, pergunto: é possível nos livrarmos do inferno do outro?

Para responder a essa pergunta, socorri-me de outro filósofo chamado Arthur Schopenhauer que, no seu livro, “ O mundo como vontade e representação,” livro IV, nos apresenta a metáfora dos porcos-espinhos que contra-põe e atenua o pessimismo de Sartre. Diz o texto in verbis:

“ Um grupo de porcos-espinhos perambulava num dia frio de inverno. Para não congelar, os animais chegavam mais perto uns dos outros. Mas, no momento em que ficavam suficientemente próximos para se aquecer, começavam a se espetar com seus espinhos. Para fugir da dor, dispersavam-se, perdiam o benefício do convívio próximo e recomeçavam a tremer, o que os levava a buscar novamente a companhia uns dos outros – e o ciclo se repetia: a luta para encontrar uma distância confortável entre a dor e a proximidade. “

Se o olhar do outro é o espinho que me espeta a carne, me faz doer e até odiá-lo, a sua ausência também é abandono e solidão. A metáfora dos porcos-espinhos nos faz pensar sobre o preço do olhar do outro e da compensação do calor, quando pensamos que também somos o inferno de alguém.

Livingston Streck

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Carta para o amigo

Um texto belissimo e delicado da minha amiga poetisa Mariana Ianelli


Não falo em destino, porque destino hoje é palavra mal reputada, mas a verdade é que ter te encontrado uma noite sob um tropel de estrelas não tem nada que ver com o acaso. A fotografia inexistente de nós dois, ali, como velhos amigos desde o começo, é a imagem que me fica depois de tanto tempo.


Quanto pesem os maus bocados, as páginas rasuradas e sem nexo da minha vida, sempre te encontro debaixo de um céu imenso, num sossego que torna ridículo qualquer acesso de impaciência. E que vida cinzenta seria a minha se não estivesse ali contigo, se apesar de tudo não conseguisse estar, se inventasse uma desculpa por medo, medo da noite, medo do sossego, medo dos teus olhos tocando os meus, lá no fundo de um poço, como só aqueles que se amam sabem fazer. Mas até hoje alguma coisa em mim foi maior do que o medo, alguma coisa de bicho desaçamado que fareja a terra e se sente bem. Quem sabe um dia eu me esqueça, quem sabe, depois de tudo, a vida fique cinzenta, já vi isso acontecer a muita gente, esse desencanto, essa focinheira, esse cansaço de quem não tem mais lá no fundo dos olhos além de um poço seco.

Mas digamos que não aconteça, que eu ponha os meus olhos nos teus sempre com o mesmo bulício de água fresca. Digamos que seja assim, que todas as noites eu compareça, como se fosse cada noite uma estrela dentro de uma única noite imensa. Digamos, por enquanto: este encontro é possível.

Por: Mariana Ianelli
Site: www.vidabreve.com ( postado aos sábados )

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

DEUS existe – um testemunho de milagre em minha vida

Sábado a noite passado, dia 16/10, estava eu retornando para minha casa depois de uma tarde de reuniões para projetos futuros. Raramente saio com minha agenda onde ali está minha vida. Senhas de banco, telefones e informações relevantes. Mas nesse dia sai com ela.

Era por volta de 23:30, a poucos metros de minha casa, quando uma moto com dois ocupantes me cercaram com as palavras “perdeu, perdeu. Com a arma em mãos, nervosos pois até deixaram a moto cair no chão, pegaram tudo que eu tinha, uma sacola com o jornal de domingo, alguns livros que havia comprado na livraria, minha agenda, minha carteira, minha câmara fotográfica e meu blazer.

Após pegarem tudo e ainda querendo mais, dizendo que queriam dinheiro, se eu tinha dinheiro escondido em minha roupa, pediram para eu deitar no chão e não olhar para trás.

Foram embora e eu me levantei ainda tremendo caminhando até minha casa. Cheguei em casa e liguei para os bancos cancelando todos os cartões. Liguei para alguns amigos para desabafar e falar do ocorrido.

Como estavam com minha agenda e nela meu endereço, telefones e demais informações, tive medo que me ligassem para passar algum trote pela dificuldade de não conseguirem sacar dinheiro dos cartões.

Deu 2 horas da manhã quando o telefone tocou. Meu coração bateu forte pois pensei que eram os bandidos querendo aterrorizar. Atendi com voz firme para não me amedrontar com os ladrões e do outro lado uma voz firme me perguntou: queria falar com o sr. Livingston. Sim, sou eu respondi. Aqui é o Tenente Bernardes e estou com sua agenda e seus documentos que acabamos de encontrar aqui na rua. Num primeiro momento não estava acreditando pois era ilógico estar acontecendo. Pedi desculpas a pessoa que estava ao telefone pois estava traumatizado ainda mas um sentimento pediu para acreditar neles. Disseram que iriam até minha casa entregar meus documentos com a viatura da polícia.

Para resumir a história e não torná-la mais melodramática, fiquei em frente a minha casa com certo cuidado para observar se realmente era a viatura da policia que viria, quando derepente ela virou a esquina bem devagar. Acenei com a mão e eles pararam calmamente e desceram da viatura. O tenente Bernardes, um policial novo e mais dois policiais me cumprimentaram me acalmando e me deram minha sacola da livraria Saraiva com minha agenda, meus livros, o jornal comprado e minha carteira com todos os documentos e os oitenta e dois reais que estavam dentro da carteira.

Agradeci a eles, disse que eram anjos na terra, e sem acreditar no que estava acontecendo cai em prantos por saber que Deus existe.

Contei este fato a uma amiga e ela me disse que se eu ligar para a policia não vou encontrar nenhum Tenente Bernardes. Pode ser que sim pode ser que não. Mas milagres existem em nossas vidas e sábado mais uma vez Deus se manifestou. Foi embora meu blazer, foi embora minha câmara fotográfica. Mas ficou minha vida, minha agenda e minha carteira com todo meu dinheiro.

Deus é tudo.

Livingston Streck

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

DEUS NÃO É CASAMENTEIRO

Queridos amigos, sinto muito em dizer mas, se alguém está pedindo o João ou Maria para casar, vão ficar sozinhos. Vamos ficar sozinhos se estivermos fazendo isso. Ultimamente tenho ouvido de algumas pessoas isso. Estou orando para Deus me confirmar se tal pessoa é para mim ou não.

Em outras palavras, estamos querendo que Deus entre no coração de alguém e interfira nos sentimentos e escolhas das pessoas para que A ame B. Absurdo não? Ilógico também?

Isso funcionaria se vivêssemos robotizados por Deus mas ai tudo seria mais fácil. Faríamos a vontade dele, não teríamos a liberdade de escolha, não faríamos nenhuma maldade. Enfim, tudo seria perfeito. Mas opa, temos um problema. Deus nos deu a liberdade de escolha. Posso escolher a Maria, a Joana, a Rosana mas não quer dizer que ela vai me escolher. Pelo contrário. Ela ou elas, podem nem querer saber de mim. E não adianta chorar, implorar pra Deus que nenhuma delas vai gostar de mim se não quiserem gostar.

O que temos dificuldade de entender é que temos critérios inconscientes de escolhas. Nossas escolhas são formadas durante toda a vida. Quando nascemos vamos adquirindo experiências que vão sendo gravadas em nosso inconsciente até que determinado momento, pimba!!! É esse ou é essa. Só que o outro lado também está completamente impregnado de experiências e impressões que vão formular o ideal de desejar alguém. E a vida acaba sendo isso. Dois mistérios inconscientes um dia se vêem, se completam, se escolhem mutuamente por que seus destinos se cruzaram por mesmas avenidas.

Mas ainda há pessoas chorando pra Deus por que o João ou Maria nos ignoraram e queremos transferir mais isso ainda para Ele. Que Ele interfira na vontade das pessoas para sermos amados e amadas.

Amigos, Deus já nos deu até demais. Nos deu inteligência, observância, critérios, sensibilidade, bom senso, amor próprio, auto estima e liberdade. Querermos que Deus nos de alguém ai já é demais não é?

Se batermos na porta da Maria ou do João e nada acontecer, bola pra frente. Continuemos na busca, no mistério, neste jogo humano de tentativas, acertos e desacertos.

Agora, por favor, pedir de presente fulano ou ciclano por que nos apaixonamos perdidamente, por que nos encantamos ou sei lá o que, e ainda pedir pra Deus que tais pessoas se apaixonem por nós é subestimar demais a liberdade que é o fundamento e a essência de Deus.

As vezes vejo por ai, placas de pessoas que se dizem ter o dom de trazer o amor em 3 dias ou amarrar o amor. Será que não estamos querendo na verdade fazer isso? Pedir o amor em 3 dias ou amarrar o amor? Sendo que só é amor por que é livre e se não o é, então não é amor.

Queridos amigos sejamos maduros e inteligentes com nossas emoções.

Abraço a todos

Livingston Streck

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

QUAL A IMPORTÂNCIA DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA?




Uma análise crítica e jurídica sobre a importância do cargo público mais importante do país


1 – INTRODUÇÃO


Estamos diante de uma grande responsabilidade ao elegermos o próximo presidente da república por quatro anos. É mister sabermos profundamente o que pensa um candidato nas questões fundamentais do país, se cumpriu sua palavra em questões anteriores e que interesses este candidato defende.

A Constituição Federal em seu art. 1º, parágrafo único denota que: “ todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente nos termos desta Constituição.” Não é o homem que escolhe o povo para governar a seu bel-prazer de forma despótica mas sim o povo, de forma democrática, que deposita a devida confiança em alguém para que, em nome dele, exerça sua função visando o bem estar de todos.

Infelizmente, se este representante não exercer a contento os interesses do povo, não há como tirá-lo do poder, salvo a infringência da lei. Por isso é importante ter muito critério na escolha desse candidato para afiançá-lo no poder.


2 – ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


Conforme determina a Constituição Federal no seu art. 84, são as seguintes as suas atribuições:

Compete privativamente ao Presidente da República:
I - nomear e exonerar os Ministros de Estado;
II - exercer, com o auxílio dos Ministros de Estado, a direção superior da administração federal;
III - iniciar o processo legislativo, na forma e nos casos previstos nesta Constituição;
IV - sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e regulamentos para sua fiel execução;
V - vetar projetos de lei, total ou parcialmente;
VI - dispor, mediante decreto, sobre:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
a) organização e funcionamento da administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos públicos; (Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos;(Incluída pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
VII - manter relações com Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos;
VIII - celebrar tratados, convenções e atos internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional;
IX - decretar o estado de defesa e o estado de sítio;
X - decretar e executar a intervenção federal;
XI - remeter mensagem e plano de governo ao Congresso Nacional por ocasião da abertura da sessão legislativa, expondo a situação do País e solicitando as providências que julgar necessárias;
XII - conceder indulto e comutar penas, com audiência, se necessário, dos órgãos instituídos em lei;
XIII - exercer o comando supremo das Forças Armadas, nomear os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, promover seus oficiais-generais e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 23, de 02/09/99)
XIV - nomear, após aprovação pelo Senado Federal, os Ministros do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, os Governadores de Territórios, o Procurador-Geral da República, o presidente e os diretores do Banco Central e outros servidores, quando determinado em lei;
XV - nomear, observado o disposto no art. 73, os Ministros do Tribunal de Contas da União;
XVI - nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União;
XVII - nomear membros do Conselho da República, nos termos do art. 89, VII;
XVIII - convocar e presidir o Conselho da República e o Conselho de Defesa Nacional;
XIX - declarar guerra, no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões legislativas, e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional;
XX - celebrar a paz, autorizado ou com o referendo do Congresso Nacional;
XXI - conferir condecorações e distinções honoríficas;
XXII - permitir, nos casos previstos em lei complementar, que forças estrangeiras transitem pelo território nacional ou nele permaneçam temporariamente;
XXIII - enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual, o projeto de lei de diretrizes orçamentárias e as propostas de orçamento previstos nesta Constituição;
XXIV - prestar, anualmente, ao Congresso Nacional, dentro de sessenta dias após a abertura da sessão legislativa, as contas referentes ao exercício anterior;
XXV - prover e extinguir os cargos públicos federais, na forma da lei;
XXVI - editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62;
XXVII - exercer outras atribuições previstas nesta Constituição.
Parágrafo único. O Presidente da República poderá delegar as atribuições mencionadas nos incisos VI, XII e XXV, primeira parte, aos Ministros de Estado, ao Procurador-Geral da República ou ao Advogado-Geral da União, que observarão os limites traçados nas respectivas delegações.

No equilíbrio dos três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, o Presidente da República possui um poder imenso em suas mãos. Dentro destas atribuições destaco as seguintes que ao meu ver são cruciais e importantes:

a) vetar projetos de lei, total ou parcialmente
b) b) nomear os magistrados, nos casos previstos nesta Constituição, e o Advogado-Geral da União
c) editar medidas provisórias com força de lei, nos termos do art. 62
d) Alterar as alíquotas dos impostos da importação de produtos estrangeiros; exportação, para o exterior de produtos nacionais ou nacionalizados; produtos industrializados e operações de créditos, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários.

O Presidente tem o poder de vetar leis importantes. Por isso é importante que estejamos atentos para acompanhar e entender o que motiva esse gerente do povo quando veta algum projeto de lei elaborado pelo Congresso Nacional.

Outra atribuição importante do Presidente é a escolha dos Ministros do Supremo Tribunal Federal. Se o próximo presidente não pensar na qualidade dos quadros do poder e pensar somente politicamente corremos um risco de termos um órgão importantíssimo como o Supremo Tribunal Federal a serviço dos interesses políticos do presidente ou de um partido.

Vale lembrar que o Presidente Lula indicou como Ministro do STF o ex –Advogado Geral da União, Dias Toffoli, a meu ver uma pessoa despreparada para exercer aquela função em detrimento de tantos outros homens de profundo conhecimento jurídico por razões políticas.

Pode também o Presidente editar medidas provisórias como se fosse um legislador. Se não houver critério e bom senso, essas medidas podem trazem insegurança e sobrecarregar o legislativo que deixará de fazer o seu trabalho para atender os interesses do Presidente.


3 – RESPONSABILIDADE DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA


A Constituição Federal elenca em seu art. 85 as responsabilidades do Presidente da República da seguinte maneira:

Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra:
I - a existência da União;
II - o livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação;
III - o exercício dos direitos políticos, individuais e sociais;
IV - a segurança interna do País;
V - a probidade na administração;
VI - a lei orçamentária;
VII - o cumprimento das leis e das decisões judiciais.
Parágrafo único. Esses crimes serão definidos em lei especial, que estabelecerá as normas de processo e julgamento.
Art. 86. Admitida a acusação contra o Presidente da República, por dois terços da Câmara dos Deputados, será ele submetido a julgamento perante o Supremo Tribunal Federal, nas infrações penais comuns, ou perante o Senado Federal, nos crimes de responsabilidade.
§ 1º - O Presidente ficará suspenso de suas funções:
I - nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo Tribunal Federal;
II - nos crimes de responsabilidade, após a instauração do processo pelo Senado Federal.
§ 2º - Se, decorrido o prazo de cento e oitenta dias, o julgamento não estiver concluído, cessará o afastamento do Presidente, sem prejuízo do regular prosseguimento do processo.
§ 3º - Enquanto não sobrevier sentença condenatória, nas infrações comuns, o Presidente da República não estará sujeito a prisão.
§ 4º - O Presidente da República, na vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas funções.


4 – PROBLEMAS CRUCIAIS QUE O PRÓXIMO PRESIDENTE DEVERÁ SE DEFRONTAR


São estas as questões que o próximo presidente deverá ter bastante preocupação:
a) A diminuição da carga tributária. Empenhar-se em resolver essa questão que oprime o povo brasileiro
b) Resolver o buraco que se transformou a previdência social. O déficit está se tornando maior e perigoso com o risco de haver o colapso da previdência.
c) Empenhar-se em resolver a reforma política para evitar todas as confusões que houve nesta eleição
d) A humanização da saúde e uma reforma completa com aumento substancial da porcentagem do PIB
e) Aumentar o gasto na educação e melhorar substancialmente o nível educacional no país. Sem isso vamos nos transformar num elefante branco sem capacidade nenhuma de concorrer com os demais paises em crescimento.
f) Investimento maciço na segurança pública e combate ferrenho nas fronteiras do país para diminuir o contra-bando de armas e drogas.


5 – CONCLUSÃO


Prezado e querido leitor, com este texto procurei trazer uma informação a mais sobre a importância de um Presidente da República. Nenhum Presidente será santificado ou exaltado se ele cumprir as determinações da Constituição Federal. É obrigação por em prática as determinações que reza a magna carta. O art. 3º da Constituição obriga os dirigentes da Republica Federativa do Brasil a:

I – construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II – garantir o desenvolvimento nacional;
III – erradicar a pobreza e a marginalidade e reduzir as desigualdades sociais e regionais;

O presidente Lula tem sido louvado e decantado por suas ações de melhoria no país. Tudo lindo e perfeito porém ele não fez mais do que seguir os princípios da Constituição Federal. Não é nenhum ato de bondade do presidente agir em prol do povo. Tudo está escrito e traçado para que o país se torne um país digno e vultoso.

Estejamos atentos na eleição de 31 de outubro ao elegermos o próximo Presidente e prestemos atenção se haverá compromisso com estas questões elencadas neste texto que são cruciais para o desenvolvimento do país. Vote em quem realmente se comprometer com as verdadeiras mudanças.


Um grande abraço e bom voto.


Livingston Streck

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

CONFISSÃO


Eles viveram mais de sessenta anos casados. Viver tanto tempo assim você conhece o silencio do outro, a sombra do outro, o respirar do outro. Conhece o outro mais do que a si mesmo. E os segredos? É possível ter algum segredo tanto tempo juntos?

Mas ela chegara ao fim. Teria de ir embora depois de tanto tempo dividindo a própria vida. Lá estava ela dentro do caixão bonita e vaidosa. Quando nova, começou a perder os cabelos por algum problema no couro cabeludo, motivo este que intensificou a vaidade para compensar a perda. O cabelo da mulher está para a mulher como o falo está para o homem. Um genital explícito.

De manhã ele se apronta vestindo seu melhor terno e sua melhor gravata para despedir-se de sua mulher. Queria dar o melhor de si para ela mesmo na morte.

Chega a igreja em passos lentos cruzando a porta rumo ao caixão que já está disposto lá na frente. Veria pela ultima vez aquela em que amou durante toda a vida e que lhe dera filhos, netos e bisnetos. Pela primeira vez não haveria uma admiração mútua, nem uma troca de sorrisos, nem mais o diálogo.

Com as mãos tremulas segura a beira do caixão fitando aqueles olhos fechados que tanto viu e tanto foi visto. Toda mão de amor busca sempre a face e não teria sido diferente. Aquelas mãos sulcadas cheias de calos com as rugas do tempo deslizaram aquela face enrijecida e inerte. As lágrimas escorreram lentamente pelos sulcos da face.

Pousa a mão no peito como se fosse necessário saber que o peito jaz em silencio. Olha o corpo dela por inteiro para guardar como última lembrança aquele corpo que tanto lhe deu calor, companhia, amor e palavras.

Derepente ele se abaixa próximo ao ouvido dela. Era preciso dizer-lhe alguma coisa antes que fosse embora. Uma voz rouca e fraca ainda lhe saia da boca misturado a lágrimas quando então pronuncia o nome dela.

Queria te confessar uma coisa Quando tínhamos recém casados aquela pessoa me procurou e você ficou sabendo. Tivestes muito ciúmes e por muito tempo não acreditou no que houve. Eu não falei para você o que disse a ela aquela vez. Não sei por que mas acabei não falando.

Hoje eu quero dizer para você ( as palavras saíam entrecortadas pela emoção, quase inaudíveis ), o que eu disse a ela: fulana, eu fiz a melhor escolha da minha vida e não trairei jamais essa mulher.

Chorou em silêncio enquanto ela dormia com um leve sorriso no rosto, bonita e vaidosa ainda para ele.

Obs: presenciei este diálogo á beira do caixão de minha avó materna

Livingston Streck

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O SILENCIO

O grito denuncía
O agarrar-se
A vida,
O abandono
A merce
Da morte,
A boca
Geme
Um querer ser,
O frágil
Corpo
Onde a vida
Não cabe
Por inteira,

No frágil
Corpo do gato
Cabe apenas
O silêncio
E o silêncio
Se instala
Mansamente
Dando ao gato
A sua missão
De vir a vida
Para ser
O porta-voz
Da morte.

Livingston Streck
25/09/2010

O DESEJO

Por debaixo
Da pele
Um pensamento,
Um fruto
Mordido
Inconstante
E inatingível,
Fugaz
Como o vento
Que é essencial
Mas despercebido,

Assim
É o desejo
Que nasce
Do recôndito,
Um monstro
Insaciável
Sanguinolento
Que habita
O doce olhar
Da gazela
E vagueia
No sangue
Da poesia,

O desejo
É um buraco
De mazelas
Horror
E lágrimas.

Livingston Streck

domingo, 12 de setembro de 2010

A PRESSA, O IMEDIATISMO E O FIM DA EMOÇÃO


Até os meus trinta anos eu não sabia o que era internet, email, skype, web cam e demais parafernálias. Também não tinha celular. Até os meus vinte anos eu não tinha telefone em casa.

Me comunicava por cartas. Pela boa e velha cartinha. De 15 em 15 dias recebia as cartinhas das minhas paixões, dos amigos e parentes. Meu coração pulava quando o carteiro tocava a campainha por que sabia que alguém estava chegando através das linhas rabiscadas no papel.

Recebia cartas perfumadas as quais eu me demorava cheirando antes de ler. Deixava pousada em meu peito por alguns instantes afim de materializar aquela pessoa que distante chegava até minhas mãos pela sua caligrafia. Beijava aquelas folhas, aquelas linhas e aquelas letras.

Eram papéis coloridos, com gravuras coladas e páginas e páginas. Antes de ler tinha o meu ritual que durava muitos minutos. Após o ritual começava a leitura da carta. Lia e relia o primeiro parágrafo umas dez vezes. Precisava estar certo de que alguém parou para me escrever. Que alguém parou para gravar no papel toda a emoção e saudade da ausência e da distância. Guardava as cartas em caixas de sapato para recorrer a elas quando precisava ter a pessoa por perto.

A carta morreu, virou e-mail. Imediata, fria e sempre com pressa. Não tenho mais o perfume dela, o carteiro não vem mais a minha casa entregar e não pouso-a mais em meu peito. Ela chega em silencio na caixa de e-mails fria e sem emoção. Lemos, arquivamos o que interessa, deletamos o que não interessa respondemos ou não dependendo da circustância.

O e-mail é a metáfora dos novos tempos. Parece que uma certa emoção e uma certa delicadeza já não cabem mais em nossos relacionamentos. Temos que ter pressa, pouca emoção e muita objetividade. O twitter reduziu a carta a 140 caracteres. Temos que dizer tudo em 140 caracteres. Ainda reduzirão a comunicação para míseros caracteres em breve.

Lembro de um tempo em que, ao precisar fazer um contato telefônico com alguém, tinha de me dirigir ao orelhão mais próximo de casa onde muitas vezes tinha que percorrer alguns quarteirões com as fichas no bolso. Punha a ficha e discava o numero desejado aguardando a pessoa atender. Aquele barulho da ficha continha certa emoção por que a pessoa do outro lado se encontrava. O cair da ficha denunciava a presença. E se fosse a pessoa amada o cair da ficha soava como música. Era o tilintar dos deuses.

A ficha também morreu. Agora temos a web cam. A web cam trouxe a imagem, as formas, a timidez e a descompostura. Trouxe também a sedução, o exibicionismo e o sexo barato. Nossa casa cabe toda na tela da web cam. Cabemos todos dentro dela.

Somos todos dependentes e reféns da tecnologia e nossa vida não sobrevive sem ela. Lamento porém que a tecnologia tenha acabado com a emoção e com a lentidão da vida. A vida era mais lenta no passado, as horas e os dias eram intermináveis. Tudo agora é tão rápido, sem emoção, sem ritual. O sol já não desliza mais como antigamente. O sol corre para sumir no horizonte e nos trazer noites e noites.

E sem emoção, objetivamente corremos, acumulamos e nos suprimos para onde e para nada...

Livingston Streck

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DICAS DO FILME 9 ½ SEMANAS DE AMOR


Recentemente revi o filme Nove semanas e meia de amor com Mickey Rourke e Kim Basinger. A despeito do filme retratar psicologicamente os caminhos sombrios das fantasias eróticas e suas reais conseqüências, por outro lado pude verificar que o ator Mickey Rourke, no papel de John, nos brinda com um show de elegância, sedução e cavalheirismo na conquista de Elisabeth interpretada por Kim Basinger.

O que um homem elegante deve fazer para conquistar a pessoa amada:

a) Olhar fixamente a mulher com segurança e sorrir muito.
b) Prestar atenção nas atitudes da mulher e nos seus desejos para surpreendê-la em solucionar algo que ela não conseguiu resolver mas que você percebeu por prestar atenção.
c) Ter bom humor sempre em todas as situações possíveis.
d) Preparar a roupa dela para ir trabalhar deixando-a passada em cima da cama ( um gesto que pode ser feito várias vezes )
e) Levantar antes que ela e preparar um delicioso café da manhã com as coisas que ela gosta.
f) Ligar para a mãe dela para saber qual o prato predileto e surpreendê-la fazendo-o você mesmo o prato.
g) Comprar um presente num pacote bem bonito e pedir para vir pegar em suas mãos por que adora ver seus movimentos. ( não esquecer de dizer isso a ela ).
h) Não ter vergonha de correr com ela no parque, na rua ou na calçada. Se puder pegar no colo, pegue-a e gire no ar. Toda mulher tem uma menina dentro de si que precisa ser atendida também.
i) Conheça lugares inusitados e diferentes e a leve lá. Pode ser apenas para dizer um “ eu te amo “. ( não precisa nem fazer amor na escada debaixo da bica d’água como no filme ).
j) Prepare o ambiente para que ela lhe faça um belo streap-tease, com música, pipoca para que ela seja a rainha e a estrela da sua noite.
k) Ela precisa saber que você tem raízes e passado. O personagem do filme ocultou o seu passado e suas raízes por isso a perdeu.


A lista de atitudes é interminável para que um homem elegante possa por em prática na conquista ou manutenção do seu relacionamento. As atitudes descritas acima são sugeridas pelo filme Nove semanas e meia de amor.

Livingston Streck

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

FAST FOOD AGRAVA CRISE DE CIVILIDADE ENTRE AMERICANOS

Tese é defendida por professora californiana, que vê reflexos na situação de radicalismo político do país

Estudos mostram que pessoas gastam apenas 20 minutos por refeição, o que desestimularia conversa e tolerância


Cristina Fibe
De Nova York

Há uma “ crise de civilidade “ nos Estados Unidos que afeta principalmente a política, e uma das razões para isso é o fato de as pessoas dedicarem cada vez menos tempo às refeições em grupo.

A tese está no livro “ The Taste for Civilization – Food, Politics and Civil Society “ ( o gosto pela civilização – comida, política e sociedade civil; à venda na Amazon.com por cerca de R$ 40,00, mais taxas ), da cientista política Janet Flammang, 62.

Professora da Universidade de Santa Clara, na Califórnia, Flammang diz que a “ arte da conversação “ é aprendida à mesa, onde “ há um incentivo para discordar sem dar aos outros uma indigestão ”.

Em entrevista à Folha, Flammang diz ver esse problema refletido no Congresso, onde os “ políticos de partidos diferentes não socializam “. Em outubro, ela participa de painel promovido pelo governo para discutir o assunto, parte do “ tour da civilidade por 50 estados “.

A iniciativa é de Jim Leach, ex-congressista que foi nomeado pelo presidente Barack Obama como titular do National Endowment for the Humanities, agência do governo dedicada a apoiar pesquisa, educação e programas públicos em humanidades.

Leach viaja pelo país, desde o fim de 2009, dando palestras sobre “ o discurso do ódio e os seus perigos “.

Leia abaixo os principais trechos da entrevista.

Folha – A sra. Diz, em seu livro, que a democracia se beneficiaria de refeições mais longas. Como relaciona as duas coisas?

Janete Flammang – Desenvolver a arte da conversação é extremamente importante para aprender a discordar de forma civilizada. E aprendemos essa arte à mesa. Quanto menos tempo dedicamos às refeições, mais colocamos essa habilidade em perigo. À mesa, há um incentivo para discordar sem dar aos outros uma indigestão. Muito da política atual nos EUA é uma política de ataque, na qual se quer marcar pontos e derrubar o oponente, e não ouvir. O foco do livro é a conversação. A conversa não é uma discussão, há regras sobre como ouvir, esperar a vez e guardar o que tem a dizer. A coisa mais próxima de uma conversa é a diplomacia, que todos nós achamos ser extremamente importante. O que me intriga é: por que não estudamos como fazer as pessoas se comportarem com diplomacia?

Folha – Isso está piorando? A conversa está morrendo?

Janete Flammang – Sim. Há muitos estudos que indicam que gastamos, em média, 20 minutos no jantar, à mesa, e mais e mais pessoas já nem se sentam para dividir uma refeição, pegam algo e saem correndo. Meu livro é sobre a situação americana, mas há evidências de que outras culturas estão se tornando mais como os EUA, onde o trabalho é a coisa mais importante e você é consumido por atividades. As pessoas não param para pensar no custo de não se sentar e ter conversas, e cara a cara, porque é claro que muita coisa hoje é eletrônica.

Folha – Quais são os sinais de falta de civilidade nos EUA?

Janete Flammang – Podemos começar pelo Congresso. Tem havido forças-tarefa pela civilidade promovidas por Congressistas, que dizem que perdemos a civilidade na Casa, a habilidade de socializar com pessoas de outro partido e de discordar. Muito disso se relaciona à chamada revolução republicana de 1994, quando Newt Gingrich tomou conta [ da Câmara dos Representantes ]. Muitos vêem isso como um ponto-chave, porque ele disse aos republicanos que voltassem aos seus distritos todos os finais de semana e não mudassem suas famílias para Washington. Isso significou que havia muito pouca socialização entre congressistas. Hoje, as salas de jantar estão vazias, eles não se socializam.

Folha – As iniciativas de Michelle Obama [ pela alimentação orgânica e contra a obesidade infantil ] tiveram resultado?

Janete Flammang – Qualquer coisa que a Casa Branca faça tem grande importância simbólica. E as pessoas que trabalham na Casa Branca estão muito mais sensíveis a essas questões do que antes. Não só o Departamento da Agricultura, mas outros departamentos estão mais preocupadas com produtos de qualidade e com a crise da obesidade. Michelle não tem poder oficial, mas, nos EUA, o comportamento da “ primeira família “ tem grande importância simbólica.

Folha – Repito uma pergunta que a sra. faz: como é possível encontrar tempo para rituais alimentares em uma cultura acelerada e workaholic?

Janete Flammang – Depende de cada lar, não há uma única resposta única. Sei que em lares em que os salários são baixos é muito difícil, mas a primeira medida a tomar é encontrar uma maneira para que haja pelo menos um jantar comum [ por semana ]. Questiono também o número de horas que os americanos dedicam ao trabalho. Devemos ter cargas horárias mais humanas, para que os pais possam voltar para casa antes de os filhos dormirem. A Europa tem dias mais curtos e igual produtividade. Falo no livro sobre o modelo europeu de menos horas, mais tempo para a vida.

Fonte: Folha de São Paulo, caderno mundo A24, 22/08/2010.

Transcrito por Livingston Santos Streck

sábado, 28 de agosto de 2010

OS TESTEMUNHAS DE JEOVÁ E O ANTI-MARKETING

Fui premiado a semana inteira com o toque da campainha em minha residencia e ao atender a porta, eles, sempre eles, os testemunhas de Jeová. Em duplas, quando não senhoras, um casal ou jovens para variar a isca.

O discurso é quase sempre o mesmo. Querem ler um versículo bíblico, deixar um daqueles folhetinhos de mau gosto, ou então nos provarem que o céu será na terra ao contrário dos evangélicos que afirmam que o céu será no céu. O que menos importa aqui é quem está certo.

Mas eles insistem em nos incomodar. Não importa se as pessoas precisam descansar em suas casas, se a pessoa trabalhou a noite inteira, se a dona de casa está de olho no feijão pra não queimar, eles estão lá de dedo em riste nas campainhas implorando para falar do paraíso, de um mundo melhor, do fim da violência, dos leõezinhos brincando com as crianças etc, etc. Eles já poderiam contribuir um pouco com o paraíso nos deixando em paz.

Fico imaginando que Jeová importunador é esse que manda esse exército de chatos para a rua incomodar a santa paz das pessoas? E se o paraíso existir aqui na terra mesmo como eles apregoam, continuarão a encher a paciência dos “ santos “ até no paraíso? Será que não vão se enfastiar do paraíso, achar o paraíso um porre e começarão a visitar as pessoas pra fazerem uma baguncinha? Imagino um testemunha de Jeová no paraíso batendo na minha porta (ops) que pretensão, na porta de um santo propondo: irmão, que tal a gente puxar o rabo do leão pra ver se ele morde?

O que os testemunhas de Jeová fazem é subestimar a fé e a religiosidade das pessoas. Para eles, ninguém tem fé nem religião alguma. Somos todos um bando de descrentes, ateus, ignorantes e perdidos. E trata-se do maior país católico do mundo e o país que mais cresce em religiões pentecostais. E mesmo assim insistem eles em querer doutrinar este pais. É um povo insignificante, um misero exército mas que tira a paciência dos santos do lado de cá.

Queria lembrar aos testemunhas de Jeová que a Constituição Federal no seu artigo 5º., inc XI nos diz que:

“ a casa é asilo inviolável do individuo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.”

Ora, o raciocínio que faço é o seguinte. Se a minha casa é asilo inviolável e entendo que o muro, a campainha e a porta compõem o meu recinto familiar, e se não desejo receber ou ser importunado por testemunhas de Jeová, a minha casa está sendo violada quase todo dia.

De modo que, ou os testemunhas de Jeová reavalíem seus métodos e seu marketing proselitista ou terei que ir à justiça garantir a inviolabilidade da minha casa.


Livingston Streck

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

28 DICAS DE CORDIALIDADE PARA TORNAR O MUNDO UM POUCO MELHOR

Neste texto vou transcrever parte da minha leitura do livro “ De olho no cliente “, do capítolo “tenha boas maneiras “que achei interessante e pertinente para os dias de hoje. Vamos ao texto:

“ Infelizmente, vivemos num mundo em que a cortesia e a gentileza estão em processo de extinção: as pessoas não respondem mais aos e-mails, não retornam as ligações e, ocasionalmente, deixam de aparecer nos locais combinados sem qualquer explicação. Muitos nem sequer dizem “ obrigado “ quando alguém segura a porta do elevador ou dá a vez na escada rolante do metrô.

Ser educado, polido e cortês é muito simples. Basta tratar todo mundo – os clientes, inclusive – com respeito e dignidade. Não há nada complicado nisso. Essa é, na verdade, a base de qualquer sociedade civilizada. “

28 dicas de cordialidade:

1 – Ser pontual.
2 – Agradecer.
3 – Dar passagem aos outros.
4 – Abrir portas para os outros.
5 – Responder a cartas prontamente.
6 – Ligar de volta como prometido.
7 – Manter uma boa aparência. ( por incrível que pareça mas manter e cuidar da aparência é questão de educação com o outro ). Grifo meu.
8 – Oferecer-se para carregar o embrulho de alguém.
9 – Ser polido e cortês em todos os momentos.
10 – Fazer elogios sempre que possível.
11 – Manter as pessoas informadas do que está acontecendo.
12 – Não interromper os outros.
13 – Ouvir atentamente o que os outros tem a dizer ( e prestar atenção ).
14 – Oferecer alguma bebida ( até mesmo um copo d’agua ) no momento apropriado.
15 – Perguntar sempre ao outro “ Como vai?”.
16 – Dizer “ por favor “ e “ obrigado “.
17 – Responder a todos os e-mails. ( com isso você está dizendo a pessoa que ela é importante para você ). Grifo meu.
18 – Oferecer assento às pessoas.
19 – Dar calorosas boas-vindas.
20 – Servir café a um cliente.
21 – Guardar o casaco das visitas.
22 – Permitir que as pessoas passem primeiro.
23 – Levar a visita até à porta na hora de ir embora.
24 – Manter contato visual com as pessoas quando estiver falando.
25 – Colocar-se à disposição do cliente para executar algo que ele está tentando fazer e não consegue por algum motivo.
26 – Desligar o celular nas reuniões.
27 – Nunca agir de forma inconveniente ( com observações maldosas ou olhares hostis ).
28 – Apresentar aos outros a pessoa que é nova no grupo.

Fonte: Livro De olho no cliente, autor David Freemantle, pgs. 38 e 39.

Penso que ninguém um dia vai ser diplomado em boa educação. Boas maneiras e educação é um processo diário de auto conhecimento, de auto avaliação para que possamos sempre lembrar das boas atitudes e aplicarmos no nosso dia a dia. É certo que os tempos estão cada vez mais áridos, intransigentes, nervosos e estressantes. Mas necessário revisarmos nosso manual de conduta que é nossa ética apreendida por tudo que já recebemos de nossa família, amigos, igreja e a sociedade em geral. Muito se escreve hoje em dia para que funcionários se aprimorem no trato com os seus clientes, consumidores e parceiros. Eu sempre digo que os maiores clientes são nossos amigos, nossa família, nossos vizinhos e os desconhecidos que encontramos no dia a dia. Somos todos clientes de todo mundo neste vasto mundo que interagimos.

Boa sorte

Livingston Streck

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O PREÇO DO AMOR ( O CASO SAKINEH )


Eu, como muitos que souberam da condenação da iraniana Sakineh à morte através do apedrejamento devido aos seus crimes de, amar outro homem e, assassinar o marido, nos consternamos e fomos tomados pela piedade em defender a vida desta mulher. Naturalmente não brincamos e nem fizemos gracinha como o Presidente Lula que até imitou os possíveis gritinhos da vítima recebendo as pedradas na cabeça. A propósito dos métodos educativos, punitivos e pedagógicos iranianos, soubemos pela mídia que a pessoa condenada à morte por apedrejamento é enterrada até o pescoço ficando somente sua cabeça à mercê das pedras. Sabemos também que é um método antiquado e ultrapassado mas usado ao bel prazer da justiça iraniana quando assim o convém.

Nunca saberemos e não teremos acesso aos autos do processo condenatório de Sakineh. O que nos foi permitido saber é que a transgressora teve um caso extraconjugal, regado talvez a um bom vinho, algumas velas coloridas, um amante perfeito que a abraçou e a beijou de corpo inteiro numa noite de lua cheia e estrelada. Por outro lado também eliminou seu marido, quem sabe um estorvo em sua vida, um bêbado repugnante e desrespeitoso que sempre se jogava pra cima dela para fazer sexo sem ao menos tomar banho. Matou-o com a ajuda de seu comparsa. Foi condenada pelas leis de seu país da qual tem plena consciência e sabia de antemão que suas atitudes poderiam levá-la à morte. Quem sabe, prevendo que isto poderia lhe acontecer, amou intensamente e pelas informações, parece-me que amou mais de um homem. Sakineh está dando sua vida pela tentativa de romper os grilhões que a amordaçam. Sakineh está dando sua vida por que a mesma não lhe pertence. Não lhe pertence o amor, não lhe pertence o orgasmo e não lhe pertence a vagina. Tudo isso pertence ao governo de Mahmoud Ahmaddinejad, o mesmo que está fazendo a bomba atômica.

Sakineh não terá o privilégio de conhecer Ipanema nem o posto 9 onde poderia fazer tranqüilamente seu top less. Não conhecerá as praias de nudismo brasileiras nem poderá freqüentar o grande número de clubes de swing espalhados pelo Brasil. Sakineh vai morrer e com ela seu desejo, seu orgasmo e sua vagina.

Esta história lembrou-me do meu primeiro trabalho na Faculdade de Direito onde tivemos que defender a justiça praticada na China e no Oriente Médio. Incumbi-me de levantar alguns dados sobre as execuções sumárias na China e concluir que cada local tem a sua justiça de acordo com a sua cultura, que cada país estabelece sua forma de condenação baseada em sua ancestralidade em que normalmente o povo aceita, acata e a tem como suficiente quiçá perfeita. Lembro-me que minha colega defendeu os homens bombas tentando entendê-los pelo viés psicológico, pois um povo extremamente massacrado irá criar meios para defendê-los usando dos meios até suicidas se possível. Se não há canhões para lutar, o corpo será o canhão.

Lamento a condenação de Sakineh e a possível perda de sua vida. Será cumprido um regimento e a lei local será invocada para defender os princípios daquele povo.

Façamos então uma reflexão sobre este caso voltando os olhos para o nosso país. Lá no Irã uma mulher será morta por que descumpriu a lei do seu país. E aqui? Quantas mulheres são mortas por seus maridos por que socializam seu amor, seu corpo e sua vagina num país livre? Quantas mulheres morrem aqui, sem julgamento, sem condenação, sem ao menos o ritual preparatório que certamente ocorre no Irã? Então por que me condoer com a Sakineh? Por que o Presidente Lula está tão preocupado com a Sakineh se as mulheres do seu país estão sendo assassinadas diariamente por seus homens e ainda conseguem a leniência da justiça para ficarem em liberdade até o julgamento?

Desculpa Sakineh, as mulheres do meu país merecem muito mais as minhas lágrimas e meu consternamento. Você pediu para que seu filho não presenciasse sua morte o que achei de profundo amor e respeito ao seu filho e certamente você será respeitada. Mas e aqui? Quantos filhos presenciam a morte de suas mães sem dó nem piedade?

Que o próximo presidente do país, seja ele qual for, preocupe-se mais com seu país e seus problemas do que com o resto do mundo. Ou então que vá candidatar-se lá onde a Sakineh irá morrer.

Livingston Streck

terça-feira, 27 de julho de 2010

DICAS DE SAÚDE

10 Maneiras de aumentar a imunidade

1 – PASSEIO NO PARQUE

A exposição às fitoncidas, substâncias emitidas pelas plantas, aumenta o número de células de defesa do corpo.

2 – BANHO DE SOL

Promove a síntese de vitamina D, que aumenta a imunidade. Fontes de vitamina
D, como leite, também ajudam.

3 – COMIDA BOA

Zinco ( presente em frutos do mar ) e vitamina E ( no gérmen de trigo ) reduzem o risco de infecções.

4 – MENOS REMÉDIOS

Abuso de antibiótico e antigripais podem alterar a flora intestinal, prejudicando o sistema de defesas do corpo.

5 – PROBIÓTICOS

Alimentos em lactobacilus aumentam as bactérias “ boas “ no intestino, tirando o espaço das que causam doenças.

6 – QUARTO ESCURO

Além de melhorar a qualidade do sono, a escuridão é necessária para ativar a produção de substâncias envolvidas na imunidade, como a melatonina.

7 – ATIVIDADE

O exercício moderado aumenta a resistência. Mas, se a gripe pegou, a maioria dos especialistas recomenda dar um tempo na atividade.

8 – MÃOS LIMPAS

Em época de surtos de gripes e resfriados, é preciso lavar as mãos com mais freqüência. Água e sabão resolvem.

9 – AR CONDICIONADO

Quem passa muito tempo em ambiente com ar-condicionado deve tomar bastante líquido e hidratar nariz e olhos com soro fisiológico.

10 – MASSAGEM

Pesquisas mostram que a massagem relaxante aumenta o número de glóbulos brancos ( células de defesa ) no corpo.

Fonte: Caderno cotidiano – Folha de São Paulo – 25/07/2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SIMULACRO

Te quero suavemente
Como uma brisa recolhida
Em meus olhos
Uma necessidade
De sol
Que rompe fragmentos
O aço que retorce
Neste fogo
Incessante
Quando vens
Tuas curvas
Delineiam
Um horizonte vertical
E teu corpo dança
Uma música
De nuvens
Tua pele
Que me trás
O pó
Primeiro
Onde nasce
Primitivamente
O primeiro toque
O primeiro desejo
Trazes contigo
Todas as noites
Todas as lágrimas
Entremeadas
Com gozos perdidos
Teu corpo
Hoje
É um simulacro
Do paraíso
Perdido
Um verdejar oculto
O perfume que se esvai
O fruto violado
Mas não comido
Agora entendo
Por que te busco tanto
Por que te quero tanto
Por que violo tanto
Esse segredo
Que ocultas
Em ti
Por debaixo
Dessa pele
Desses olhos
Que tergiversam
Ante este prazer
Amputado.

Livingston

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A PROSTITUTA-PRINCESA E O PRÍNCIPE- MONSTRO

Antes que alguém me defenestre, quero dizer que não estou fazendo um julgamento negativo a respeito da prostituta nem pondo-a um andar abaixo da sociedade. Aliás, prostitutas e jogadores de futebol tem quase a mesma função: enquanto aquela fornece o prazer no varejo, estes distribuem o prazer no atacado.

Elisa e Bruno são personagens de uma história macabra muito recorrente em nossos dias. O que os põe em evidência é a fama e o dinheiro. Fossem míseros mortais, passariam em brancas nuvens, quiçá seria alvo de inquérito policial.

Elisa, sabidamente uma garota de programa e atriz de filmes pornôs, se alguém duvidar é só procurar numa locadora um filme em que ela tenha participado, e Bruno, ótimo goleiro do time mais popular do Brasil, ela, Elisa, cruza o caminho de Bruno para lhe vender ou doar os serviços sexuais dos quais tem bastante maestria. Até então encontram-se a prostituta e o príncipe para os devidos caprichos sexuais. O príncipe, idolatrado por uma multidão vê-se acima do bem e do mal, sem valores solidificados, sem responsabilidade, afinal, é intocável.

Mas eis que derepente o príncipe descuida-se e o que era para ser meramente uma farra vira caso de maternidade. A prostituta encontra-se grávida e pleiteia a posição de princesa. Por sua vez o príncipe ao tomar conhecimento de que o seu objeto de prazer carrega seu descendente e sua marca no mundo, de príncipe se transforma em monstro.

A agora princesa apaixona-se pelo seu mouro de Veneza e o vê como o Othelo Shakespeariano, perfeito perpetuador da sua espécie, rico, lindo, o pai perfeito. Mas ela esquece que o seu príncipe agora é o monstro. E o monstro não suporta a idéia de que uma prostituta possa carregar a sua semente, o seu representante, pois esta princesa fora apenas um objeto de carne a satisfazer-lhe a sanha.

A princesa não consegue ver o monstro no seu consorte. Quer o homem, o pai, o provedor. Uma Pasífae loucamente apaixonada pelo touro.

À parte a mitologia grega e a fábula que explicita fatos reais, Bruno e
Elisa representam os mais recônditos traços do que ainda prevalece de irracional em nós. Há um primitivismo brutal em Bruno oriundo de séculos. Em Bruno há a materialidade de séculos de machismo onde à mulher cabe o papel tão somente de repositório.

Já dizia o poeta Ovídio na sua obra “ A arte de amar “ que a mulher não sabe esquivar-se do fogo e das cruéis flechas do amor. “

Recorrendo à psicanalista Regina Navarro Lins no seu livro “ A cama na varanda “ diz ela o seguinte sobre a velha relação entre homens e mulheres:

“ A fidelidade feminina sempre foi uma obsessão para o homem. É preciso proteger a herança e garantir a legitimidade dos filhos. Isso torna a esposa sempre suspeita, uma adversária que requer vigilância absoluta. Temendo golpes baixos e traições, os homens lançaram mão de variadas estratégias: manter as mulheres confinadas em casa sem contato com outros homens, cinto de castidade e até a extirpação do clitóris para limitar as pulsões eróticas. As adúlteras eram apedrejadas, afogadas, fechadas num saco, trancadas num convento ou, como acontece hoje no ocidente, espancadas ou mortas por maridos ciumentos, protegidos por leis penais lenientes com os crimes passionais.” Pg. 40.

Pobre Bruno, pobre Elisa, pobre raça humana, pobre sociedade contemporânea.

Livingston Streck

AUSTRO

Arranco de mim
A tez
De muitos desejos
A cada um
A ti
Eu tenho enfronhado,
Descasco
As camadas
Tenras
Do meu coração
Em cada parte
Um pedaço
De ti
É que removo,
Teus olhos
Me percorrem
A corrente sanguínea,
Me perscrutam
A nudez
Do meu silencio,
Este desejo
Eloqüente
Mas tão
Enfastiado
Quanto mais
Insano
Eu penso
Em ti
Morre mais
Esta esperança
Em mim,
Os sonhos
Fatiam
A minha pele
E ensangüenta,
Cortes profundos
Magoam
Este sonhar,
O sangue
Da minha alma
Escorre ineficaz,
Um vento
Que circunda
Minha face
É o que tu és,
Se foge
Em mim me falta,
Morre em mim
Os sonhos
E a ti
Dele se afugenta.

Livingston Streck

terça-feira, 22 de junho de 2010

A DEPENDÊNCIA EMOCIONAL PODE SER UM VÍCIO SIMILAR A DROGA

“ A porta da felicidade abre só para o exterior, quem a força em sentido contrário acaba por fechá-la ainda mais. “ Soren Kierkegaard


Decidi tratar deste tema após contato com pessoas envoltas com problemas emocionais e ler sobre o assunto em algumas revistas e livros que tratam sobre a matéria. Por vezes ficamos chocados com pessoas viciadas em drogas mas não percebemos que se somos viciados em dependência emocional podemos também ser os drogados emocionais.

Primeiramente é preciso entender como funciona o nosso corpo em relação aos estímulos que nos causam o prazer.

O corpo é dotado de alguns receptores chamado receptores opióides que tem a função de receber as endorfinas e os neuropeptídeos produzidos pelo hipotálamo. Há os opióides endógenos que são produzidos pelo próprio corpo e os exógenos administrados externamente e tem como objetivo precípuo regular a sensação de dor. As endorfinas e as encefalinas como neurotransmissores, modulam as sensações objetivando restaurar a sensação de bem estar do organismo.

E como age a droga em nosso corpo e por que ocorre o vício? É o que vamos explicar sucintamente.

A droga heroína é reconhecidamente uma das drogas que mais causam dependência dentro da célula de nosso organismo. E como ela age? A droga depois de injetada, se fixa nos receptores opióides que foram biologicamente preparados somente para receberem as endorfinas e os neuropeptídeos. Em vez de receber a endorfina, a célula entra em contato com a heroína e a partir daí se torna dependente.

Sobre a maconha há um estudo muito interessante abordado pela doutora Candance Pert no livro “ Quem somos nós.” Diz ela assim:

“ Temos receptores específicos para a maconha no organismo. E por os temos? Porque nosso corpo produz internamente compostos químicos que nos dão a mesma sensação causada pela maconha. O mesmo acontece com qualquer droga à qual fiquemos fisicamente dependentes – existe dentro do corpo um composto químico análogo a cada uma delas e um receptor no qual ele pode se ligar. Temos receptores para a maconha e temos uma maconha natural chamada endocanabinóide. (...) Já há dados suficientes para sugerir que as drogas psicoativas não funcionam sem estarem ligadas a um receptor normalmente utilizado para secreções internas.
Em outras palavras, para qualquer droga externa que tenha efeito em nosso corpo existe uma contrapartida interna – é por essa razão que nosso corpo reconhece, responde e se torna dependente dessas drogas. As drogas externas usam os receptores internos feitos para receber produtos químicos internos. “ Pg. 171 e 172

O que é interessante observar mediante as conclusões extraídas acima que, por alguma razão, o nosso corpo já foi dotado de compostos químicos responsáveis para nos proporcionar prazer sem que haja a necessidade de recorrer aos compostos químicos exógenos. Alguém já pensou nisso antes com bastante inteligência. O uso da droga exacerba, causa dependência e desequilibra a fonte do prazer distribuída em nosso organismo. E, ao meu ver, os estímulos naturais que deveriam provocar a sensação de prazer ficam absolutamente dependentes da droga. Por esta razão ocorre o grande número de viciados que já não vêem prazer na vida a não ser pelo consumo da droga.

E a droga emocional? É o que iremos discorrer agora após entendermos o processo dos compostos químicos.

O que é emoção? Há uma infinidade de significados sobre a emoção pois é um elemento subjetivo ao homem. É a resposta dele aos estímulos externos. As emoções podem ser variadas indo de um pólo ao outro, ao extremo da felicidade ao extremo da tristeza. Ela vai estar ligada sempre aos fatos correspondentes que originarão nossas sensações. Podem ser coletivas, individuais mas sempre de forma subjetiva dependendo da personalidade de cada um.

As emoções tendem a seguir o mesmo caminho da dependência química porque também produzem os chamados peptídeos ou moléculas de emoção que da mesma forma, se ligam aos receptores da célula. Assim como há o uso repetido da heroína causando a dependência e a escravidão da célula, o uso repetido das emoções também faz com que as células se tornem dependentes ansiando por aquele peptídeo específico. O corpo fica dependente daquela emoção.

De forma bem humorada, Mark Vicente, um dos autores do livro “ Quem somos nós “ à pg. 172 diz:

“ Dependências? Não tenho nenhuma. Bem, o.k., sou viciado em algumas coisas. Como o que? Insegurança, estresse, preocupação, mania de estar certo, farisaísmo, controle, raiva, inflexibilidade, imposição, medo... já mencionei o estresse? “

E o que é uma dependência emocional? Para termos um entendimento profundo sobre isso teríamos que fazer um estudo a parte de como funciona o cérebro e toda a sua rede neural pois ali estão estabelecidos os nossos padrões e tudo que recebemos durante a vida. A titulo de conhecimento para sabermos o quão complexo é nosso cérebro, é sabido que um pedaço de cérebro do tamanho de um grão de areia contém 100 mil neurônios e 1 bilhão de sinapses. E nesta vasta rede neural estão contidas nossas emoções, nossas lembranças e nossas habilidades.

A dependência é uma necessidade de suprirmos algo. Surge a dependência quando algo está acostumado com determinada coisa e esta coisa sente falta ou fome. Dependemos do alimento por que nosso corpo sente fome. Nossas células reclamam das substancias encontradas nos alimentos. As emoções seguem o mesmo caminho. A dependência emocional é o reclamo das células quando alguma coisa não é suprida. Esta coisa deve ser algo recorrente, costumeira, ininterrupta que na falta ocorra a sensação de abstinência e o desequilíbrio psíquico, emocional e físico.



O bioquímico e Neurologista Joe Dispenza disse o seguinte sobre a dependência:

“ Minha definição de dependência é simples: é uma coisa que você não consegue evitar. Se você não consegue controlar seu estado emocional, deve estar dependente dele.”

A emoção é algo ruim? Penso que não. Uma dependência emocional é ruim? Tudo aquilo que foge ao nosso controle, que nos aprisiona, que nos escraviza e que perdemos o domínio é ruim e nefasto. Uma pessoa dependente emocionalmente de outra ou de outras, quer seja cônjuge, namorado, pai, mãe, patrão, amigo ou alguém que exerça influencia sobre o outro e destes seja extremamente dependente, não se imaginando sem determinada pessoa ao lado independente do que possa separá-los, entendo que esta pessoa viva uma dependência emocional.

Somos seres gregários, interativos e precisamos da convivência dos nossos semelhantes. Mas não somos dependentes nem propriedade de ninguém. Ouvi de um palestrante a seguinte frase: “ a maior prova de que não pertencemos a ninguém e ninguém nos pertence é que a morte vem e leva sem pedir licença.” Ninguém pode impedir a morte de levar a pessoa que mais amamos.

Auxiliando determinada pessoa que estava envolta com dependências emocionais disse a ela que as vezes nós tratamos as pessoas como drogas. Fazemos de nossos namorados (as), amigos, familiares verdadeiras drogas psicoativas. Não sabemos viver sem, não sabemos perder e não sabemos romper quando necessário. Arrastamos relacionamentos doentios por que temos que alimentar nossas células com os sentimentos mais deletérios.

A falta de amor próprio, auto-estima, independência, distorção da própria imagem nos leva a sermos escravos dos outros. Depositamos no outro a solução dos nossos problemas esquecendo-nos que as pessoas não conseguem resolver os seus.

Muitas vezes também queremos mudar o outro como se fosse um objeto passível de alterações, modificações, acréscimo ou decréscimo. Desejamos mudar o outro porque egoisticamente queremos um espelho. Ninguém deve mudar ninguém. As pessoas devem ser respeitadas na sua essência e na sua substância. Relacionamento é interação e troca.

Pensemos seriamente sobre isso e deixemos de nos “ drogar “ de pessoas. Vivamos saudavelmente fazendo uso da capacidade de sermos sós e de elaborarmos a própria vida com toda a inteligência e capacidade da qual somos dotados. Que o outro seja em nossa vida o companheiro (a) que soma, interage e divida tudo aquilo que estiver ao alcance de cada um respeitando a individualidade, as fraquezas e as limitações.

Ninguém deve fazer o papel de uma “ droga.” Ninguém deve usar o outro como uma “ droga. “ Somos seres únicos, especiais e independentes capazes de amarmos a nós mesmos para que estejamos habilitados a amar o outro.

Seja fantástico!

Livingston Streck ( Bacharel em Direito )

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Sobre a poetisa Mariana Ianelli


Conheci a minha amiga Mariana Ianelli em 1999 quando ela com 19 anos assombrou a crítica literária poética com seu primeiro livro “ Trajetória de antes.” Lia eu o jornal Folha de São Paulo à época quando deparei-me com um poema seu chamado “ Peça em um ato.”

“... Á margem
afundei em mim
feito um corpo sem força
e de mim não saí
para olhar as pessoas
para tocar coisas
ou tocar pessoas...”

A apresentação do livro foi feita pelo escritor Ignácio de Loyola Brandão que assim a descreveu:

“ Um olhar de pólvora, estranho mundo cheio de desespero, desencontro, buscas, repleto de sensualidade. Mariana torna sensual cada verso que toca, mesmo no trágico; na angústia, na agonia. Há nela inocência insana, ironia perplexa diante do abandono ( porque as pessoas se abandonam umas às outras ) (...). Textos delicados, porém corrosivos. Mariana conhece o valor de cada palavra, a síntese, ela sabe como transformar a palavra em estilete, cortando profundo (...).
E quando pensávamos: onde está a nova poesia brasileira, a que fale de pessoas e sentimentos? a que venha do fundo e não seja puro jogo verbal, visual, armadilhas, mas poesia de sangue e vísceras, aqui está Mariana, corajosamente à beira do ano 2000, buscando a trajetória do antes, enquanto todos querem a trajetória do depois, sem perceber que o depois não existem sem o antes.” Ignácio de Loyola Brandão

Destaco deste primeiro livro um poema lindíssimo que dá nome ao livro:

Trajetória de antes

Girando na bolha de sal
Eu falo contigo e te recebo
No tempo primário
Em que me ensinas o amor.
Um passo em falso
Me derruba e eu dissipo
Mas tu és boa
E me trazes devagar
Como quem segura um mundo.
Tua explosão irrompe
Tingida de fogo
E dói-te tão fundo
Que eu estremeço
E um amor de meses
Vaza todo, extravasa.
Desde que me conjugo
(eu sou, eu estou)
dou-te um nome de santa.
Viajo num estouro de luz
Que te queima, te arregaça.
Eu tenho o destino dos homens.
Fora de ti, quebrado o pacto,
Te encontro uma segunda vez.

M.I.

Tive o privilégio de ir hoje ( 10/06/2010 ) ao lançamento do seu 6º (sexto) livro chamado “ Treva Alvorada “ na Livraria da Vila, receber seu carinhoso abraço e prestigiá-la como seu fiel leitor ( fiel amigo como foram suas palavras ).

É sempre prazeroso um novo livro desta tão importante poetisa que a cada livro seu, nos brinda com sua profunda e enigmática poesia, mesclando lirismo, dor, esperança, transcendência, contradições como contraditório é o homem na sua essência.

Ainda sorvendo os poemas iniciais do livro destaco Pietá que já me toca profundamente:

Pietá

Por delicadeza
Devia cada um resolver seu vestígio,
Não deixar o corpo a esmo,
Atravessado na passagem,
Sem desejo, sem enigma.

Mas se me fica o teu corpo
Eu te arrepanho nos braços
Com a maternidade do ofício
E lavo os teus ombros
De quanto pesou sobre eles,
O teu sexo, que a nenhum afago responde,
Lavo os teus pés, o ato mais santo.

Eu te arremato, eu te limpo da vida,
Faço com que desapareças,
Que o teu equívoco me abasteça
Da razão dos humildes.

Fardo ensoalhado, esse,
De amparar o meu próprio destino.

M.I
Este poema há de tocar todos aqueles que em algum momento tiveram também que limpar da vida os inertes sem enigma.

Parabéns Mariana Ianelli e que seja longa sua trajetória e sua missão de transformar sentimentos em palavras e que a dor pungente seja sempre atenuada pelo lirismo e por este olhar tão perscrutador.


Livingston Streck


Alguns poemas são recitados pela própria autora no site:
http://www2.uol.com.br/marianaianelli/

quarta-feira, 9 de junho de 2010

AMAR


O que é amar
Senão o singelo
Ato de pensar
Por um momento
Em ti somente,

Dentre tantas
Pessoas
Que me cercam
Na multidão
És capaz
De acelerar meu coração
Ao te avistar,
Pois a ti unicamente
Meus olhos
Reconhecem-te
Tão profundamente,

O que é amar
Senão o entrelaçar
Dos nossos dedos
Em silêncio,
Esse gesto
Sem palavras
Que diz
A ti pertenço,

O que é amar
Senão os braços do aconchego
Esta “ casa “ em forma
De abraço
Que acolhe o ser amado
Qnde corações
Quase se tocam
Quase se falam,

O que é amar
Profundamente
Senão doar
Os gestos mais simples
Ao ser amado?

Remover o cisco do cabelo
Limpar o canto da boca de sorvete
Lembrar constantemente
Que ele ou ela
São as pessoas mais lindas
Do mundo,
O amor não vai reclamar
Eu juro
Das flores dadas
Dos bilhetes
De “ eu te amo “
Escondidos na bolsa
Ou no paletó
Do ser amado,
O amor não vai reclamar
Das datas lembradas
Do primeiro beijo
E o primeiro dia
Em que o amor começou,
O amor não vai reclamar
Da paciência e do silencio
Quando necessários
Quando os dias não forem os melhores,
O amor não vai reclamar
De ouvir o perdão
Pois não há amor sem perdão

E pra quem ama
Eu digo que
O tempo desaparece
Quando se está junto,
O caminho se torna infinito
Quando se quer ver
E o próximo encontro não chega nunca,

E pra quem ama
Não há tempestade
Não há terremoto
Não há inundação
Não há chuva
Não há frio
Não há dor
Que impeça
Duas pessoas
Estarem juntas
Pois o amor
É mais forte do que tudo.

Feliz dia dos namorados

Livingston Streck

domingo, 30 de maio de 2010

SEX AND THE CITY 2 E DOSTOIÉVSKI

Assisti ao filme Sex and the city 2 por falta de outro melhor naquele horário e local. Como o que me interessa são as relações humanas e não outro atributo cinematográfico tais como efeitos especiais ou esplêndidas fotografias, dei-me por satisfeito observar e espiar as relações humanas.

O filme retrata a vida de quatro mulheres, a advogada, a escritora, a dona de casa e a ninfomaníaca que se vêem as voltas com seus problemas domésticos e existenciais num mundo moderno de regras cada vez menos claras e transparentes.

A vida já atravessou séculos de história e cá estamos nós, através da cultura americana, discutindo o amor, sexo, casamento e filhos como se novas regras devessem ser criadas ou abolir as que já existem.

O filme é a velha roda da história expondo as diferenças físicas, psíquicas e biológicas entre homens e mulheres, que, através de regras formuladas, criadas ou arranjadas pelas mais diferentes culturas, manteve intacto este núcleo familiar que serviu para estruturar o estado, a religião pelo braço da moral e ao mercado através da procriação.

Sabe-se que a mulher no passado foi relegada a papéis inferiores sob á égide patriarcal e, com a luta feminina, na busca da sua liberdade como individuo, conquistou e está conquistando papéis antes destinados aos homens, hoje dividindo em pé de igualdade, conquistando inclusive a cabeça da família através da família monoparental.

Voltando ao filme Sex and the city 2, percebi que o mesmo propõe, se não abertamente, pelo menos sugere entrelinhas que, mediante uma crise de identidade entre homens e mulheres e que diante do fato das regras estabelecidas não responderem de forma satisfatória as relações e desejos da família atual por que não mudarmos então? Se o conjunto de regras formulados pela ética, pela religião e pela moral não atenderem as “ necessidades atuais “, por que não formularmos regras individuais para cada núcleo familiar ou cada individuo? Reflito isto pensando que podemos estar a beira do colapso das referencias. Em não havendo referências onde buscá-las?

O filme transporta as mulheres para o oriente médio afim de contrapor uma cultura em crise de si mesma para uma cultura da subserviência feminina. A burca rivaliza com a perna de fora na busca da sensualidade dos opostos. Em determinado momento não sabia o que era mais sensual. Se o corpo oculto daqueles olhos brilhantes que a burca escondia mas que expunha a nudez dos olhos da mulher oriental ou as pernas expostas da americana ninfomaníaca.

Não cabe a mim e nem a cultura americana discutir se a burca deve ser abolida e se as mulheres daquele continente deveriam ser livres e exporem seus corpos a seus homens ou não. Cabem a eles decidirem por que sua cultura lhes pertence.

O que me leva a reflexão este filme é a proposta individualista do regramento da própria vida. E pensando nisso lembrei-me da frase de Dostoiévski através de seu Ivan Karamazov do livro “ Os Irmãos Karamazov:” “ se Deus não existe tudo é permitido.”

Sem nenhuma intenção de fazer qualquer apologia à religião como se coubesse a ela ditar as regras da perfeição das relações humanas e não acho que a religião ocupe e consiga este papel até por que a religião vive as voltas com suas crises no mundo, pergunto a mim mesmo e a quem queira refletir comigo. O que balizará o comportamento humano moderno? Que referências terão as gerações vindouras na formação do seu caráter e de sua vida?

O filme é ruim mas tentei tirar leite de pedra.

Um abraço e seja fantástico.

Livingston Streck

quarta-feira, 26 de maio de 2010

ANIVERSÁRIO

Pensei hoje, ao acordar, escrever um poema para mim já que escrevi milhões para muitas pessoas mas preferi fazer uma breve reflexão.

Ano passado nesta mesma data eu estava em um hospital às vésperas de uma cirurgia. Naquele dia eu ainda não havia entendido os propósitos da vida e as lições que ela sempre nos quer dar.

Hoje posso dizer que meu acidente foi determinante para ver e começar a mudar inúmeras coisas dentro de mim. Buscar o amor próprio, parar de mendigar afeto de terceiros como se as pessoas tivessem a obrigação de nos dar sendo que muitas vezes nem elas próprias conseguem ter amor e afeto por si mesmas.

Pude ver a importância do amor de uma mãe na prática pois é sempre lindo ouvirmos isso teoricamente mas muito mais lindo é sentirmos o apalpar da mão de uma mãe sobre nossas feridas. A vida está me ensinando a gratidão.

A vida nos presenteia com a dor muitas vezes para que saiamos de um mundo de letargia e comodismo. Para que deixemos de ser automáticos a passemos a buscar de dentro de nós mais atitudes e mais praticidade.

Tenho feito exercícios diariamente na academia por conta do meu problema para auxiliar na minha recuperação. Se coincidência ou não, hoje minha perna doeu muito e não pude fazer nada. Talvez uma dor que veio me lembrar de propósitos.

Mas ganhei um presente hoje que me deixou feliz. Há tempos não tenho tomado meu café da manhã fora de casa mas hoje decidi ser “ servido. “ Fui até a minha padaria, pedi meu café a lá na porta um Senhor maltrapilho, todo sujo com os olhos vermelhos de tanta dureza e sofrimento pela vida. Pedi ao garçom que desse um café da manhã para ele também.

Penso que não fui hoje lá para comer mas para dar alimento a alguém. Foi meu melhor presente.

Feliz aniversário para mim e obrigado pelas felicitações.

Livingston Streck

segunda-feira, 24 de maio de 2010

VIDA MOTIVADA

Dia 23/5 assisti a uma palestra de motivação por mais de seis horas. O orador abordou durante este tempo que nossa motivação deve estar em todos os níveis de nossa vida, tais como relacionamento, família, trabalho, sonhos, religião, amor próprio etc. Sem motivação não crescemos, não sonhamos, não produzimos, não ganhamos dinheiro, não amamos, empobrecemos e nos entupimos de depressão e solidão.

Dentre os pontos altos da palestra destaco os seguintes temas abordados:

a) amor próprio ( ame-se acima de tudo )
b) encontre a sua missão de vida
c) tenha um projeto de vida
d) derrote seus inimigos com as armas do amor
e) respeite a liberdade que ao outro pertence ( liberdade de ser, de pensar, de tomar atitudes, de buscar seu próprio caminho )
f) termos consciência de que nascemos sós e morremos sós ( dentro do caixão só cabe uma pessoa ), portanto o que tiver de ser feito, faça sem esperar por ninguém.
g) Ame seu pai e sua mãe ( eles nos amam ou nos amaram do jeito que foi possível amar )
h) Não olhe para o passado ( ele não existe )
i) Não se preocupe com o futuro ( ele não existe )
j) Se o preocupe com o hoje ( o hoje existe )
k) Ao levantar de manhã arregace as mangas e peça a Deus todos os problemas do dia para serem resolvidos.
l) Aprenda a bater palmas para você

Esta palestra foi de suma importância para mim num momento em que estou fazendo uma reengenharia da minha vida e uma revisão de crenças. Creio ser importante cada pessoa parar e reavaliar sua vida no sentido de basicamente fazer uma limpeza dos entulhos que a vida vai acumulando. Durante a vida vamos acumulando teorias, idéias, dogmas que vão nos engessando e nos automatizando em nossas atitudes. Chega um momento em que fazemos mas não estamos sabendo o por que de estarmos fazendo. Estamos automatizados. Nossas relações estão automatizadas, nosso amor está automatizado, o amor ao próximo está automatizado e por vezes não nos damos conta que estamos vivendo infelizes mesmo cumprindo todos as nossas crenças e dogmas.

Ao sair da palestra e ao dirigir-me para casa Deus já me deu a primeira lição de casa. Uma moradora de rua abordou-me pedindo duas coisas. Primeiramente pediu-me dinheiro para comer alguma coisa o que não hesitei até para ser coerente com o que havia vivido instantes atrás. Dei o dinheiro e já ia caminhando quando ela me pegou pelo braço e pediu: “ moço, me dá um olhar, estou precisando que alguém me olhe por que não sou bicho.”

Naquele momento nenhum dogma e nenhuma crença é capaz de satisfazer aquela necessidade premente de um ser humano carente de tudo. Crenças e dogmas podem até ser necessários em nossa vida e nos darem princípios e uma base para a fé. Mas se nos negamos a agir na vida prática esse amor que Jesus ensinou quando ele foi instado a dizer qual era o maior mandamento dentre todos que é amar a Deus de todo o coração e ao próximo como a si mesmo, viveremos entulhados de teoria e o mundo ao redor vai continuar morrendo à mingua, carente de afeto, de um abraço, de um olhar e de pão.

Seja fantástico!

Um grande abraço

Livingston Streck

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Comentário sobre o artigo “ Por uma Justiça transparente “

Comentário sobre o artigo “ Por uma Justiça transparente “ ( Tendências / Debates ) Folha São Paulo 16/05

A propósito do artigo “ Por uma Justiça transparente “ apresentado no Tendências/Debates do dia 16/05, pelo brilhante advogado Dr. Roberto Podval, gostaria de emitir a seguinte opinião como Operador do Direito. Acho uma excrescência jurídica este tribunal chamado júri popular amparado pela Constituição Federal no seu artigo 5º., inciso XXXVIII e artigo 446 do Código de Processo Penal.

Acho temível e inseguro submeter a pessoas leigas o que há de mais importante na sociedade que é o julgamento da própria vida ou a extinção da mesma, sem que haja o conhecimento técnico jurídico, psiquiátrico ou psicológico para uma avaliação mais profunda dos casos apresentados ao júri.

Para se chegar a ser um juiz ou magistrado é necessário um conhecimento profundo do mundo jurídico, ter um conhecimento excepcional e ser submetido a títulos e provas para obtenção do cargo e carreira. Para se julgar o crime doloso contra a vida não é necessário nenhuma formação a não ser preencher o requisito do artigo 436, caput do Código de Processo Penal que diz: “ O serviço do júri é obrigatório. O alistamento compreenderá os cidadãos maiores de 18 ( dezoito ) anos de notória idoneidade.”

No caso Isabela, onde o Dr. Roberto Podval cumpriu brilhantemente o papel da defesa em prol dos réus, convém ressaltar que o mesmo teve que, ao defender os réus, se defender de uma turba furiosa e da sanha da mídia. Este espetáculo midiatico que envolveu o caso Isabela, teria passado despercebido se a vítima fosse negra e pobre. O fato de pertencer a classe média e de sua imagem angelical ter sido explorada pela mídia, a mesma encarregou-se de julgar e sentenciar os réus cabendo ao júri um mero cumprimento de formalidade jurídica.

Queria concluir lembrando outro artigo do Código de Processo Penal para informação dos leitores sobre o impedimento da participação do membro na formação do corpo de sentença do tribunal do júri. Diz o artigo 449 que “ Não poderá servir o jurado que: inciso III – tiver manifestado prévia disposição para condenar ou absolver o acusado.”

Houve alguma dúvida de que no caso Isabela alguém compôs ou comporia o corpo de jurados isento de qualquer julgamento?

Livingston Santos Streck

Artigo enviado à seção Painel do leitor – Folha de São Paulo

quinta-feira, 13 de maio de 2010

PLANEJAMENTO E POUPANÇA. QUANDO A RAZÃO É DETERMINANTE DAS INVESTIDAS DO IMPULSO.

Poupar e gastar são essencialmente atitudes cerebrais. Segundo reportagem do caderno A20 Ciência, Folha de São Paulo, 25 de abril, neurocientistas da Universidade de Hamburgo, Alemanha, ao observarem a atividade cerebral de voluntários chegaram a conclusão de que o córtex cingulado anterior do cérebro faz as escolhas impulsivas do cérebro enquanto que o hipocampo providencia imagens do futuro tentando contrabalançar as decisões do córtex influenciando-o a se resguardar e antever o futuro. Defendem também os neurocientistas que a atuação destes dois campos cerebrais podem explicar por que as pessoas conseguem se resguardar através da renúncia e flagelo em prol de um mundo melhor no paraíso, céu, da forma como cada um vê o futuro.

O que gostaria essencialmente de ressaltar nestas breves linhas é um resumido parecer sobre a nossa falta de cultura de planejamento e poupança, e contribuir com alguns tópicos básicos afim de poder incutir um pouco destas atitudes tão necessárias à sobrevivência do homem mas por vezes relegada ao esquecimento.

Como já ressaltei, não temos uma cultura de planejamento e poupança em nosso país. A cada ano os bancos demonstram à mídia o alto índice de cheques desprovidos de fundos e cartões de créditos inadimplentes. Em contrapartida a essa dificuldade de saldar em dia tais compromissos, os bancos através da mídia, fomentam o uso de tais meios de créditos criando dessa forma uma bola de neve impagável, escravizando a cada dia os clientes que, por não terem uma mentalidade de planejamento e poupança, os tornam escravos dos seus próprios desejos.

Destaco a seguinte frase do livro “ Quem somos nós “ à pg. 187: “ Bilhões de dólares são gastos para prestarmos atenção em alguma coisa. ( E a palavra chave é pagar.) ” O mercado é ávido para criar desejos afim de preencherem nossos “ vazios “. Bilhões de dólares são gastos para consumirmos. O quanto é gasto para nos planejarmos e pouparmos? Uma quantia muito ínfima deduzo.

Sobre a cultura do planejamento, a Folha de São Paulo trouxe interessante reportagem no caderno cotidiano C6 do dia 9 de maio sobre os 50 anos da pílula. Diz a reportagem que nos países onde é mais fácil o consumo da pílula, até 50% de todas as gerações não são planejadas. Segue a reportagem dizendo que “ a pílula veio para acabar com gestações indesejadas, reduzir o número de divórcios e controlar o crescimento populacional e a pobreza. Até hoje, nada disso aconteceu. Há mais de 100 milhões de mulheres que tomam a pílula no mundo hoje; por outro lado, das 200 milhões de gestações anuais, um terço, ou 75 milhões, não são planejadas “, diz o jornal.

Esta reportagem nos trás um exemplo de que não adianta a ciência contribuir na formulação de meios para controlarmos e inibirmos situações que podem melhorar a vida das pessoas se não houver um forte traço cultural de planejamento que possa ser passado de geração em geração.

Apresentadas estas linhas iniciais, gostaria de elencar algumas iniciativas que podem contribuir no sentido de obtermos um pouco mais de qualidade de vida se soubermos nos planejar e poupar.


ALGUMAS DICAS PARA POUPAR E PLANEJAR


1 – “ Conhece-te a ti mesmo.” Famosa frase de Sócrates que podemos aplicar neste primeiro item.
É necessário que você conheça integralmente sua realidade financeira x seu consumo. Muitas pessoas gastam seus salários sem saberem o que já foi gasto e o que ainda tem pra gastar. Normalmente vão saber quando acaba.

2 - Faça uma planilha num caderno, numa agenda ou até mesmo no Excel, aqueles que souberem fazer. Estou elaborando uma planilha de acordo com as especificações listadas. Posso passar posteriormente.

3 – Liste as despesas fixas ou certas e deduza o saldo do orçamento.

4 – Do que sobrou tente tirar o que puder sem comprometer o restante do mês para colocar em uma poupança.

5 - Do valor líquido restante divida pelo número de dias até o próximo salário. Você obterá um valor líquido diário para se manter, gastar e até economizar.

6 – Tente estabelecer alguns dias da semana como “ gasto zero “, ex.: segunda, quarta e sexta serão meus dias de gasto zero. Quando falo gasto zero seria economizar em restaurante ( levar comida de casa ) e supérfluo. Gastar o essencial do dia como transporte, combustível ou algo inevitável.

7 – Anote todos os gastos do dia na planilha. Todos sem exceção. Ao final do mês fazendo a contabilidade dos gastos você terá uma radiografia real para onde foi seu dinheiro e nesta radiografia você verá onde poderia ter evitado e economizado. Já aviso que o grande vilão é o alimento fora de casa.

8 – Planeje todas as compras com antecipação tais como sapatos, tênis, roupas, perfumes, livros e supermercado. Isso evita muito a compra por impulso e o desfalque no orçamento. Faça seu salário auto-financiar o seu consumo mediante o saldo diário que você estará controlando todo dia. Ex.: se desejar comprar um par de sapatos no valor de R$ 100,00 saiba que ele equivale a (x) dias do orçamento e que poderão ser economizados para adquirir tal produto.

9 – O lugar mais confortável para o cartão de crédito é a gaveta. Os bancos jamais dirão isso mas é o melhor lugar para estar. Cartão de crédito é o verdadeiro inimigo do suado salário. Quando ele chega no começo do mês o cartão o abocanha grande parte. A melhor coisa ainda é deixar o cartão somente para uma necessidade inevitável em que seja necessário parcelar alguma coisa. Compras rotineiras podem ser feitas com a economia do orçamento e adquiridos à vista. Não há coisa melhor do que ter um salário líquido real para se planejar com folga.

10 – Aproveite todas as oportunidades de pedir desconto e obter as vantagens que o mercado pode proporcionar. Quem tem o dinheiro à vista tem o poder. Muita coisa pode ser bem comprada quando se tem o valor integral pra pagar.

11 – Não perca a oportunidade de receber as gratificações e devoluções de créditos quando há esta oportunidade. Para os que moram em São Paulo temos a Nota Fiscal paulista que nos devolve 30% de créditos do ICMS. Peça nota fiscal de tudo sem constrangimento pois é uma obrigação por parte do fornecedor e um direito do consumidor. Os créditos da nota fiscal paulista são devolvidos duas vezes ao ano com o cadastro do contribuinte no site: www.nfp.fazenda.gov.br

12 - No mês subseqüente ao controle onde você terá um conhecimento da situação financeira e seu real consumo, estabeleça metas tais como: este mês não vou passar de ( x ) valor em consumo. Vou economizar em alimento fora de casa ou lazer. É um exercício de economia que você pode migrar para a poupança e vê-la aos poucos crescendo.


Volto ao tema em outra oportunidade sobre como economizar e adquirir outros produtos com mais cautela e planejamento e como fazer uso da lei do consumidor em prol do orçamento.


Um abraço


Livingston Streck ( Consultor jurídico e Consultor para economia doméstica )