quinta-feira, 22 de julho de 2010

SIMULACRO

Te quero suavemente
Como uma brisa recolhida
Em meus olhos
Uma necessidade
De sol
Que rompe fragmentos
O aço que retorce
Neste fogo
Incessante
Quando vens
Tuas curvas
Delineiam
Um horizonte vertical
E teu corpo dança
Uma música
De nuvens
Tua pele
Que me trás
O pó
Primeiro
Onde nasce
Primitivamente
O primeiro toque
O primeiro desejo
Trazes contigo
Todas as noites
Todas as lágrimas
Entremeadas
Com gozos perdidos
Teu corpo
Hoje
É um simulacro
Do paraíso
Perdido
Um verdejar oculto
O perfume que se esvai
O fruto violado
Mas não comido
Agora entendo
Por que te busco tanto
Por que te quero tanto
Por que violo tanto
Esse segredo
Que ocultas
Em ti
Por debaixo
Dessa pele
Desses olhos
Que tergiversam
Ante este prazer
Amputado.

Livingston

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