quinta-feira, 4 de novembro de 2010

SOLSTÍCIO

Pousei no teu olhar
Este silêncio meu
De palavras caladas
Um revoar
De sonhos
Que se projeta
Em mil espelhos
Que se imiscui
A tantas faces
Que no improvável
Surge teu sorriso
Cândido
E estilhaça
A solidão do peito
Que faz
O coração
Ser um só.


Se Jorge Luiz Borges
Não tivesse
Me roubado
“ As causas “
Eu diria
Que antes
Da aparição
Da tua face
Era preciso
Que o mar vermelho
Se rasgasse ao meio
E Penélope
Aguardasse pacientemente
Ulisses
No fiar
E desfiar
Do seu tapete.


Se pra cada
Estrela
Que se extingue
Um sorriso
Brota da tua face
Prefiro um céu
Sem estrelas
E ter você
Me embrenhando
As entranhas
Iluminando
As esquinas
Da minha alma
Em sombras.

Livingston Streck

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