terça-feira, 27 de julho de 2010

DICAS DE SAÚDE

10 Maneiras de aumentar a imunidade

1 – PASSEIO NO PARQUE

A exposição às fitoncidas, substâncias emitidas pelas plantas, aumenta o número de células de defesa do corpo.

2 – BANHO DE SOL

Promove a síntese de vitamina D, que aumenta a imunidade. Fontes de vitamina
D, como leite, também ajudam.

3 – COMIDA BOA

Zinco ( presente em frutos do mar ) e vitamina E ( no gérmen de trigo ) reduzem o risco de infecções.

4 – MENOS REMÉDIOS

Abuso de antibiótico e antigripais podem alterar a flora intestinal, prejudicando o sistema de defesas do corpo.

5 – PROBIÓTICOS

Alimentos em lactobacilus aumentam as bactérias “ boas “ no intestino, tirando o espaço das que causam doenças.

6 – QUARTO ESCURO

Além de melhorar a qualidade do sono, a escuridão é necessária para ativar a produção de substâncias envolvidas na imunidade, como a melatonina.

7 – ATIVIDADE

O exercício moderado aumenta a resistência. Mas, se a gripe pegou, a maioria dos especialistas recomenda dar um tempo na atividade.

8 – MÃOS LIMPAS

Em época de surtos de gripes e resfriados, é preciso lavar as mãos com mais freqüência. Água e sabão resolvem.

9 – AR CONDICIONADO

Quem passa muito tempo em ambiente com ar-condicionado deve tomar bastante líquido e hidratar nariz e olhos com soro fisiológico.

10 – MASSAGEM

Pesquisas mostram que a massagem relaxante aumenta o número de glóbulos brancos ( células de defesa ) no corpo.

Fonte: Caderno cotidiano – Folha de São Paulo – 25/07/2010

quinta-feira, 22 de julho de 2010

SIMULACRO

Te quero suavemente
Como uma brisa recolhida
Em meus olhos
Uma necessidade
De sol
Que rompe fragmentos
O aço que retorce
Neste fogo
Incessante
Quando vens
Tuas curvas
Delineiam
Um horizonte vertical
E teu corpo dança
Uma música
De nuvens
Tua pele
Que me trás
O pó
Primeiro
Onde nasce
Primitivamente
O primeiro toque
O primeiro desejo
Trazes contigo
Todas as noites
Todas as lágrimas
Entremeadas
Com gozos perdidos
Teu corpo
Hoje
É um simulacro
Do paraíso
Perdido
Um verdejar oculto
O perfume que se esvai
O fruto violado
Mas não comido
Agora entendo
Por que te busco tanto
Por que te quero tanto
Por que violo tanto
Esse segredo
Que ocultas
Em ti
Por debaixo
Dessa pele
Desses olhos
Que tergiversam
Ante este prazer
Amputado.

Livingston

sexta-feira, 9 de julho de 2010

A PROSTITUTA-PRINCESA E O PRÍNCIPE- MONSTRO

Antes que alguém me defenestre, quero dizer que não estou fazendo um julgamento negativo a respeito da prostituta nem pondo-a um andar abaixo da sociedade. Aliás, prostitutas e jogadores de futebol tem quase a mesma função: enquanto aquela fornece o prazer no varejo, estes distribuem o prazer no atacado.

Elisa e Bruno são personagens de uma história macabra muito recorrente em nossos dias. O que os põe em evidência é a fama e o dinheiro. Fossem míseros mortais, passariam em brancas nuvens, quiçá seria alvo de inquérito policial.

Elisa, sabidamente uma garota de programa e atriz de filmes pornôs, se alguém duvidar é só procurar numa locadora um filme em que ela tenha participado, e Bruno, ótimo goleiro do time mais popular do Brasil, ela, Elisa, cruza o caminho de Bruno para lhe vender ou doar os serviços sexuais dos quais tem bastante maestria. Até então encontram-se a prostituta e o príncipe para os devidos caprichos sexuais. O príncipe, idolatrado por uma multidão vê-se acima do bem e do mal, sem valores solidificados, sem responsabilidade, afinal, é intocável.

Mas eis que derepente o príncipe descuida-se e o que era para ser meramente uma farra vira caso de maternidade. A prostituta encontra-se grávida e pleiteia a posição de princesa. Por sua vez o príncipe ao tomar conhecimento de que o seu objeto de prazer carrega seu descendente e sua marca no mundo, de príncipe se transforma em monstro.

A agora princesa apaixona-se pelo seu mouro de Veneza e o vê como o Othelo Shakespeariano, perfeito perpetuador da sua espécie, rico, lindo, o pai perfeito. Mas ela esquece que o seu príncipe agora é o monstro. E o monstro não suporta a idéia de que uma prostituta possa carregar a sua semente, o seu representante, pois esta princesa fora apenas um objeto de carne a satisfazer-lhe a sanha.

A princesa não consegue ver o monstro no seu consorte. Quer o homem, o pai, o provedor. Uma Pasífae loucamente apaixonada pelo touro.

À parte a mitologia grega e a fábula que explicita fatos reais, Bruno e
Elisa representam os mais recônditos traços do que ainda prevalece de irracional em nós. Há um primitivismo brutal em Bruno oriundo de séculos. Em Bruno há a materialidade de séculos de machismo onde à mulher cabe o papel tão somente de repositório.

Já dizia o poeta Ovídio na sua obra “ A arte de amar “ que a mulher não sabe esquivar-se do fogo e das cruéis flechas do amor. “

Recorrendo à psicanalista Regina Navarro Lins no seu livro “ A cama na varanda “ diz ela o seguinte sobre a velha relação entre homens e mulheres:

“ A fidelidade feminina sempre foi uma obsessão para o homem. É preciso proteger a herança e garantir a legitimidade dos filhos. Isso torna a esposa sempre suspeita, uma adversária que requer vigilância absoluta. Temendo golpes baixos e traições, os homens lançaram mão de variadas estratégias: manter as mulheres confinadas em casa sem contato com outros homens, cinto de castidade e até a extirpação do clitóris para limitar as pulsões eróticas. As adúlteras eram apedrejadas, afogadas, fechadas num saco, trancadas num convento ou, como acontece hoje no ocidente, espancadas ou mortas por maridos ciumentos, protegidos por leis penais lenientes com os crimes passionais.” Pg. 40.

Pobre Bruno, pobre Elisa, pobre raça humana, pobre sociedade contemporânea.

Livingston Streck

AUSTRO

Arranco de mim
A tez
De muitos desejos
A cada um
A ti
Eu tenho enfronhado,
Descasco
As camadas
Tenras
Do meu coração
Em cada parte
Um pedaço
De ti
É que removo,
Teus olhos
Me percorrem
A corrente sanguínea,
Me perscrutam
A nudez
Do meu silencio,
Este desejo
Eloqüente
Mas tão
Enfastiado
Quanto mais
Insano
Eu penso
Em ti
Morre mais
Esta esperança
Em mim,
Os sonhos
Fatiam
A minha pele
E ensangüenta,
Cortes profundos
Magoam
Este sonhar,
O sangue
Da minha alma
Escorre ineficaz,
Um vento
Que circunda
Minha face
É o que tu és,
Se foge
Em mim me falta,
Morre em mim
Os sonhos
E a ti
Dele se afugenta.

Livingston Streck