quarta-feira, 3 de março de 2010

TEMPO E COISAS

É um tempo
De coisas
Na memória,
A matéria
Bifurca
Na inconstância
Do tempo,
As coisas
Sólidas
Que se originam
No lapso,
O eixo deslocado
A invadir
O tempo
A pele
Rasga
E traga
A edificação,
Os castelos
Firmes
Solidificados
Dentro do sonho,
O riso
Interrompido
Ante a ruína
Que recria,
Mas sabem
Que os fatos
Sem juízo
Irrefletidos
A surpresa
Constante
E repetida
Se originam
No leve
Movimento
No sutil
Desejo
Meramente
E há
De se partir
Em dois
Na noite
Do silêncio,
A lágrima
Talvez
Não brote
Posto que
Realocada,
As entranhas
Do fastio
Instante
Se nada fica
Tudo que
Se edifica
Da disforme
Criação
Então
Seguro é
Que as coisas
Não tenham compleição,
A métrica
E a estética
São meramente
Prenúncios
Da bela
Imagem
Desconfigurada
E plena,
O caos
Estético
Que solapa
E que
Se auto recria,
Há um choro
Ao longe
Sucumbido
Em que
Chora
A pedra
Que desfigura
O olho
O choro
Esta canção
Eterna
Inventada
Pela solidão
Do silêncio,
Cada coisa
A carregar
Em si
Um nome
Cada nome
A recriar
A classe
E a classe
A matar
O homem,
Tudo enfim
É a mesma
Dor
Tudo
E tudo
É sempre
Um
Tudo está
No mesmo ar
O ar
Que é tudo
E infinitamente
Um.

Livingston

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