Quando teus cabelos
Forem embrenhados
Por outros dedos
Que não os meus,
Quando em tua boca
Pousar outra boca
Que não a minha,
Quando em teus ouvidos
Beberem outras palavras
Que não as minhas,
É hora então
De varrermos
As últimas lembranças
Do peito,
Recolher o primeiro beijo
Na praça
À sombra daquela árvore,
Tirar da retina
Aquele olhar primeiro
Que o silêncio
Congelou no tempo,
Arrancar do peito
O vento,
As montanhas à frente
Que suspiraram por nós,
Apagar a tarde interminável
Em que deitaste
No meu colo,
Desembrenhar meus dedos
Dos teus cabelos
E esperar minha boca
Pousar em outro mistério.
Livingston
sábado, 7 de novembro de 2009
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário